Um casal em crise. Um relacionamento marcado por idas e vindas, infidelidade e ciúmes. Uma história que teve um final trágico, revelado nesta terça-feira (24), depois que a polícia localizou o corpo da jovem Vanessa da Silva, 22 anos, assassinada com um tiro na cabeça pelo companheiro Edelvandro José Oliveira, 36, e enterrada na residência onde eles moravam, na Rua Bela Vista, em Cajueiro Seco, Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife.
O caso começou a ser investigado a partir do desaparecimento. O acusado foi até a Delegacia de Prazeres, na mesma cidade, registrar o sumiço de Vanessa, que teria sido vista pela última vez em 16 de janeiro deste ano. “Ele procurou a polícia poucos dias depois dessa data. Não satisfeito, foi a um programa de TV pedir informações sobre o paradeiro dela. Chorou, pediu que ela aparecesse e voltasse pra ele. Na época, não se imaginava que isso terminaria assim”, relembrou o delegado Alfredo Jorge, um dos responsáveis pela elucidação do crime.
Um mês depois, ainda sem desfecho, o caso foi encaminhado ao Departamento de Polícia e Proteção à Pessoa (DHPP). Novas testemunhas foram ouvidas e outras provas, coletadas. Edelvandro passou à condição de principal suspeito. “Baseado nisso, todos os indícios apontavam para ele. Solicitamos a prisão temporária e ontem (segunda-feira) o prendemos. Ele confessou ter matado e escondido o cadáver. De início, apontou outro lugar. Fomos até lá, mas não encontramos nada. Interrogamos novamente e ele revelou a verdade”, contou Jorge.
Na tarde desta terça (24), os policiais foram até a casa onde o casal morava e iniciaram as escavações. A retirada do corpo, que estava a mais de um metro de profundidade, só ocorreu cerca de seis horas depois, com a ajuda do Corpo de Bombeiros. A jovem estava enterrada no quarto do imóvel, embaixo de pedaços de madeira, jantes de carros, uma grade de ferro e cal, que provavelmente foi usado para esconder o cheiro do cadáver em decomposição.
“Eles tiveram um relacionamento durante nove anos e resolveram se separar. Nesse tempo, cada um iniciou uma nova relação. Um ano depois, ele deixou a então namorada e voltou para Vanessa, mas é possível que ela não tenha se afastado totalmente do namorado. Isso teria provocado diversas brigas entre eles, inclusive ameaças de morte. Foi num desses desentendimentos que Edelvandro afirmou ter atirado na companheira. Foi um crime passional”, assegurou o delegado.
Mesmo tendo afirmado que não planejou o assassinato, os policiais deverão indiciá-lo por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O revólver utilizado no crime ainda não foi localizado, mas o acusado já teria informado onde abandonou o armamento.
Alguns parentes de Vanessa estiveram no local para acompanhar a remoção do corpo. A prima Vanice Gomes da Silva, 25, bastante emocionada, contou que não tinha conhecimento das ameaças sofridas pela jovem. “Ela era uma pessoa reservada, que não comentava esse tipo de coisa. Esse homem que fez isso com a minha prima tem que pagar. É um monstro”.
Nesta terça (24), às 10h, na sede do DHPP, os policiais farão a apresentação do acusado e revelarão outros detalhes do crime.
