ITAMARACÁ

Falta de equipamento adia buscas de ossada

Equipe da polícia usou barco de pesca para confirmar informação de que ossos da corretora Taciana Barbosa, assassinada em 2008, estavam na Praia de Jaguaribe

Eduardo Machado Do Jornal do Commercio
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Eduardo Machado Do Jornal do Commercio
Publicado em 01/10/2011 às 20:49
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A falta de equipamentos adequados para a polícia fez com que o fim de um mistério que já dura três anos e cinco meses fosse adiado mais uma vez. Um pescador da Ilha de Itamaracá, no Grande Recife, repassou ao delegado Derivaldo Falcão informação sobre a possível localização dos restos mortais da corretora Taciana Barbosa, assassinada em maio de 2008. A ossada estaria submersa em uma área de currais de pesca a cinco quilômetros da Praia de Jaguaribe, em Itamaracá. Policiais civis, bombeiros e peritos passaram quatro horas procurando os ossos, mas não tiveram condições técnicas de concluir a busca. Eles foram ao local de carona em um barco de pesca inapropriado para o serviço. Nova tentativa será feita terça-feira (4).

De acordo com o delegado Derivaldo Falcão, que investigou o desaparecimento da corretora em 2008 e comandou as buscas ontem, Taciana foi assassinada pelo policial militar Marco Antônio de Medeiros. Ela mantinha um relacionamento com o PM e estava grávida de oito meses.

Taciana foi sequestrada em Rio Doce, Olinda, após receber ligação do policial militar convidando-a para um encontro. Em novembro de 2008, o pescador Edmilson José Ramos Filho confessou que teria ajudado Marco Antônio a esconder o corpo da grávida no fundo do mar, em Itamaracá. Na época, após várias buscas com a ajuda do pescador, o Corpo de Bombeiros não conseguiu encontrar o cadáver.

“Um pescador estava mergulhando para pegar lagostas e viu uma ossada, inclusive um crânio, no fundo do mar. Ele marcou o local e relatou a um amigo que nos procurou. Infelizmente, não tivemos condições de concluir as buscas porque o mar está muito agitado e a correnteza forte. Vamos tentar novamente na maré alta da próxima terça.” A identidade do pescador que deu a informação não foi divulgada.

Os policiais, peritos e bombeiros chegaram à Praia de Jaguaribe por volta das 10h da última sexta-feira (30). Eles pegaram carona na baiteira Shalom (Paz, em hebraico) e permaneceram por quatro horas no mar.

Ao retornar, o perito Diego Costa explicou a dificuldade do trabalho. “Precisamos de mais equipamento para delimitar a área a ser vasculhada. Não tínhamos como fazer isso e vamos montar a logística necessária e voltar na próxima semana.”

Diferentemente do que afirmou o delegado Derivaldo Falcão, que apontou más condições climáticas para concluir as buscas, a assessoria dos bombeiros informou que o barco de pesca foi usado porque se tratava apenas de uma operação de reconhecimento. O dono da baiteira conhece a área e auxiliou na localização do ponto de referência. Na próxima terça serão usados os equipamentos necessários para concluir a busca.


O PM Marco Antônio de Medeiros aguarda julgamento preso. Ele responde por homicídio, ocultação de cadáver, furto e aborto. A defesa recorreu da decisão da juíza Maria Segunda, da 1ª Vara do Júri de Olinda, para que ele não seja levado a júri popular.


O Tribunal de Justiça referendou a determinação da magistrada e o recurso está em tramitação no Superior Tribunal de Justiça.

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