CENSO CARCERÁRIO

Presos terão ficha no modelo do FBI

Secretaria anunciou ontem que, a partir de agosto, detentos serão cadastrados pela foto, impressão digital e íris. Mapeamento apontará carências do sistema

Alexandre Morais
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Alexandre Morais
Publicado em 25/07/2012 às 14:33
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Se por dentro enfrentam superlotação e falta de agentes penitenciários, pelo menos na entrada os presídios de Pernambuco seguirão padrão internacional de segurança. Leitura da impressão digital e foto estão entre as medidas anunciadas, ontem, pela Secretaria Executiva de Ressocia-lização (Seres). A coleta dos dados será feita com base no padrão de identificação da Agência Federal de Investigação dos Estados Unidos (FBI, na sigla em inglês). O banco com informações sobre os reeducandos vai ser compartilhado pela Polícia Federal e pelo Instituto de Identificação Tavares Buril, no Recife, e poderá ser acionado em casos de fuga.

Para mapear com informações precisas a população carcerária e apontar as principais carências no sistema prisional, também será feito um censo nas 20 unidades prisionais do Estado. “Este censo é importante para sinalizar as políticas públicas adequadas dentro dos presídios. Depois que o material for finalizado, vamos ter um perfil socioeconômico de todos os reeducandos aqui de Pernambuco e isso vai nortear melhor nossas decisões. Teremos uma saúde, uma educação, uma segurança e, principalmente, uma integração melhor”, afirmou o secretário de Ressocialização do Estado, Romero Ribeiro.

Duzentas pessoas serão deslocadas para atuar no projeto, entre agentes penitenciários, técnicos e gestores. “O mapeamento não será feito por amostragem. O reeducando deve responder ao questionário e depois será feita a coleta biométrica, que dura em torno de cinco minutos. Cada unidade prisional terá pelo menos um equipamento, mas o número vai variar de acordo com a quantidade de pessoas de cada lugar”, afirmou o gerente de Tecnologia da Informação da Seres, Frederico Haendel. “A inte-gração entre os órgãos dará a esse serviço mais segurança e rapidez”, acrescenta.

A tecnologia que está sendo empregada também permite realizar a coleta biométrica nos detentos que não têm impressão digital, porque perderam os dedos ou porque as digitais estão queimadas pelo uso excessivo do crack. Nessas situações, os reeducandos serão mapeados pela íris (a menina dos olhos).

De acordo com Romero Ribeiro, a pesquisa será feita nos meses de agosto e setembro e deve atingir toda a população carcerária do Estado, estimada em 25 mil pessoas, sendo 23.839 homens e 1.754 mulheres. A pesquisa levará em conta os seguintes fatores: família, educação, trabalho e saúde.

Paralelamente à aplicação dos questionários, que contêm 32 perguntas, os reeducandos serão cadastrados em um banco de dados através de biometria, por meio das impressões digitais, e será tirada uma fotografia de cada detento. O modelo deve seguir o mesmo utilizado no FBI.

“Essa ferramenta vai evitar injustiças, como duplicidade na identificação, e é mais uma ação do Pacto pela Vida no combate à violência”, afirma Ribeiro. O projeto, pioneiro no Estado, custou R$ 1 milhão aos cofres públicos. Cada kit, que inclui máquina fotográfica, estúdio e aparelho de biometria, custa, em média, R$ 6 mil.

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