Atualizada às 12h20
Familiares tiveram problemas para ter a liberação do corpo do torcedor Paulo Ricardo Gomes da Silva, morto nesta sexta-feira (2) após ser atingido por um vaso sanitário jogado da arquibancada do Arruda. Funcionários do Instituto Médico Legal (IML) tiveram que explicar uma situação complicada aos parentes da vítima e de outras 13 famílias no local. Entre os problemas, falta material de limpeza e metade da equipe de plantão – hoje trabalham apenas 4 pessoas. Mas o principal problema é que faltou energia para os equipamentos. Sem geladeiras, familiares que esperam seus parentes começaram já da recepção a sentir o odor de corpos em início de decomposição.
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Enquanto isso, Severino Pedro da Silva, 62 anos, espera a liberação do filho, alvejado em Barreiros, ontem. “Já falei com a moça na recepção do IML e eles dizem que não pode fazer nada”, conta. “Insisti e disseram para eu falar com a Celpe. Como é que pode isso? Já estou aqui na agonia, sem meu filho, ainda ter que fazer isso”, se queixa Severino.
O agricultor vive na zona rural de Barreiros. Veio de lá acompanhado do agente funerário Paulo Soares, 52 anos, 10 deles na profissão. “De vez em quando acontece problemas no IML. Mas faltar energia na geladeira onde são guardados os corpos é a primeira vez”, afirma.
Assista à entrevista com Thiago Valdevino, tio da vítima:
Os funcionários, que não quiseram se identificar, se dizem de mãos atadas. Pressionados pelos familiares, mostram os computadores desligados e dizem que a energia disponível só atende o básico, como lâmpadas, mas não suporta a carga dos equipamentos.
Na Secretaria de Defesa Social (SDS), a informação está sendo apurada. Procurada, a Celpe informou que o instituto ficou sem energia por cerca de 1 hora e 30 minutos. O período sem abastecimento se deu por uma falha em um equipamento da rede elétrica que já foi substituído. A situação no órgão se reestabeleceu por volta das 11h30.