Presídio

Clima é de tranquilidade no Complexo do Curado neste domingo

Horário de visita aos presos teve início como de costume, às 7h. Situação nesta manhã é de aparente normalidade e controle dentro do presídio.

Do JC Online
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Publicado em 01/02/2015 às 11:36
Foto: Marcos Oliveira/JC
Horário de visita aos presos teve início como de costume, às 7h. Situação nesta manhã é de aparente normalidade e controle dentro do presídio. - FOTO: Foto: Marcos Oliveira/JC
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Após um dia de tensão, o clima na manhã deste domingo (01) é de aparente tranquilidade no Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife. Não se ouvem mais gritos ou tiros dentro da unidade. O horário de visita aos presos teve início como de costume, às 7h, e segue com normalidade. “O cenário neste domingo é de tranquilidade. Todas as visitas entraram no horário previsto, às 7h. A situação no momento é de normalidade e controle dentro do presídio”, afirmou o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.

Para evitar que o tumulto registrado nesse sábado se repita, houve um reforço no número de agentes penitenciários lotados no Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (Pjallb), que faz parte do conjunto. Segundo o secretário executivo de Ressocialização, Éden Vespaziano, normalmente 19 policiais atuam nessa unidade, mas, desde o início dessa manhã, esse número subiu para 29. A medida foi adotada como forma de garantir a segurança no local e a integridade física de todos no Complexo Prisional, afirmou Vespaziano.

Na fila desde cedo, Moselita Bezerros dos Santos, mãe de um detentos, foi uma das primeiras a entrar no complexo, por volta das 7h30. Segundo ela, a fila de espera fluiu mais rápido durante neste domingo, comparado com outros dias de visita. Moselita disse ainda que, embora o clima seja de tranquilidade, ainda é possível avistar detentos armados com facas.

Durante a manhã desse sábado, um princípio de tumulto teria sido motivado pelo atraso na entrada dos familiares dos presos para visita, que pode ser explicada pela operação padrão iniciada pelos agentes penitenciários. Quatro detentos ficaram feridos e foram encaminhados para o Hospital Otávio de Freitas; dois deles chegaram desacordados, em estado grave. Um detento, identificado como David Bezerra dos Santos, 20 anos, interno do Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (Pjallb), morreu ao dar entrada na unidade de saúde.

A agitação começou quando, muitas mulheres começaram a gritar na frente do portão do Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros,  revoltadas com a demora para o início das visitas íntimas. Com a gritaria, os detentos jogaram pedras contra parte da guarda interna, que revidou com gás de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borracha. O tumulto foi contido no fim da manhã pelos próprios agentes penitenciários. 

CRISE - Uma rebelião foi deflagrada na véspera de Natal e foi descoberto um túnel que serviria para a fuga dos detentos. Já nos primeiros dias de janeiro, o então secretário de Ressocialização, Humberto Inojosa, renunciou após quatro meses e uma semana no cargo. Em seu lugar, assumiu o coronel da PM, Eden Vespaziano. Na ocasião da posse, o  secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, anunciou um pacote de medidas para melhorar a situação dos presídios de Pernambuco. A maior promessa foi acabar com a circulação de armas brancas e celulares nas unidades prisionais. No último dia 7, o Batalhão de Choque fez uma varredura nas três unidades do complexo e encontrou cerca de 40 armas e celulares.

O cenário de tensão vivenciado na semana passada com a rebelião que durou três dias no Complexo do Curado levou o governo do Estado a decretar estado de emergência no sistema penitenciário. O governador Paulo Câmara assinou, na quarta-feira, decreto com medidas que incluem a intervenção no Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga, que está com obras paradas e deve desafogar as penitenciárias do Grande Recife. O estado de emergência tem prazo de 180 dias, período em que atuará a Força Tarefa.

O decreto cria uma força-tarefa que envolve nove secretarias: Justiça e Direitos Humanos, Casa Civil, Fazenda, Planejamento e Gestão, Desenvolvimento Social, Controladoria Geral, Administração, Gabinete de Projetos Estratégicos e Procuradoria Geral do Estado.

O sistema prisional do Estado é  proporcionalmente o mais superlotado do Brasil, com déficit de agentes penitenciários e policiais militares para a segurança e monitoramento. Existem hoje cerca de 31 mil detentos onde caberiam 10 mil.

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