A Polícia Civil está tratando como latrocínio o caso do policial militar Marcílio Ferreira Xavier, 32 anos, morto na última quarta-feira (5), no bairro de Areias, na Zona Oeste do Recife. O suspeito de disparar contra o oficial e realizar o roubo, Carlos Eduardo Carvalho, preso nesta quinta-feira (6), estaria atendendo a uma encomenda de uma pistola .40, feita por um presidiário do Complexo do Curado, identificado como "Cacau".
A comunicação entre Carlinhos e Cacau era feita via WhatsApp. Pela conversa, o presidiário teria orientado o outro homem a roubar a arma de um policial. "Uma semana antes do crime, os policiais do 12º batalhão abordaram o Carlinhos em uma diligência e viram a conversa no celular dele. Porém, foi liberado, porque não havia provas", afirma o comandante do 12º batalhão, José Aleixo.
Marcílio foi morto com um tiro na nuca na noite da última quarta-feira, quando estava trabalhando na patrulha da Escola Estadual Heróis da Restauração.Segundo a Polícia Civil, uma testemunha ocular afirmou que o PM não foi morto com a própria arma. O revólver roubado ainda não foi encontrado.
Após ter cometido o crime, Carlinhos se escondeu na comunidade do Iraque, na Estância, também na Zona Oeste do Recife. De manhã, foi para Paulista, onde contratou um serviço para fazer limpeza de um terreno neste município pertencente a familiares dele. À tarde, seguiu para a UR-7, onde pegou um táxi com o objetivo de retornar a Paulista. Baseado em uma denúncia anônima, policiais abordaram o veículo em Dois Irmãos, na Zona Norte, e prenderam Carlos, que estava com mantimentos e roupas em sacolas.
Agora, o delegado João Paulo Andrade, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), está investigando a participação de outra pessoa no crime. Um dos suspeitos é o traficante João Vitor Vieira, conhecido como "Japa", assassinado na madrugada da última quinta-feira (6). A polícia encontrou na casa da mãe dele uma bolsa com 31 big bigs em munições .40. "Há indícios da participação dele, mas nada está comprovado. Vamos ouvir o Cacau e os familiares do Carlinhos e do Japa para prosseguir com as investigações. Tenho 10 dias para concluir o inquérito", relata João Paulo Andrade.