A tragédia envolvendo dois policiais militares, na manhã de domingo (30/08), na qual o cabo Adriano Batista da Silva, 41, foi assassinado por um soldado após uma discussão, na viatura em que trabalhavam, na Zona Norte do Recife, acabou gerando novos questionamentos ao Pacto pela Vida, um programa do governo do Estado, lançado em 2007 para reduzir os índices de violência. Nesta segunda (31/08) o governador Paulo Câmara deve liberar para as ruas 1.117 novos policiais concursados.
O presidente da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco, Albérisson Carlos, alega que o acusado são deveria estar trabalhando. “Esse fato poderia ter sido evitado se o soldado estivesse afastado das funções. Há uma pressão por resultados que obriga os comandantes a colocarem nas ruas os militares doentes. Recebi informações de que o solado já tinha apresentado problemas mentais e dependência química”, afirmou, lembrando que há baixa autoestima e as escalas são apertadas por causa da necessidade de serviço. Segundo ele, os PMs são obrigados a produzir boletins de ocorrência em situações mínimas, desnecessários. “Além disso, há casos de dispensados pelo médico por doença que são obrigados a ir todos os dias ao batalhão. Quem está de licença, em casa, também não pode ser visto na rua, resolvendo um problema seu, que é cobrado pelos superiores”.
Diante da situação, o presidente da Associação de Cabos e Soldados, teme que novos episódios ocorram. Segundo ele, a entidade se solidariza com as duas famílias atingidas. Ao todo, informou, são 20.100 PMs na ativa. Um soldado recebe mensalmente R$ 3 mil brutos, para escalas de 12 por 36 horas ou 24 por 72 horas, segundo a associação. Os militares lutam por 8,7% de correção salarial referentes à inflação. Nesta segunda (31/08) o governador Paulo Câmara deve liberar para as ruas 1.117 novos policiais concursados.