Tumulto

Uma morte confirmada em rebelião no Complexo do Curado

Detento ainda não foi identificado pela Secretaria Executiva de Ressocialização

JC Online
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Publicado em 02/07/2016 às 0:40
Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Uma rebelião no Complexo do Curado, no bairro do Sancho, na Zona Oeste do Recife, deixou um morto e pelo menos cinco feridos na noite desta sexta-feira (1º). A confusão teria começado por volta das 20h30 em um dos pavilhões do Presídio Juiz Antônio Luis Lins de Barros (PJALLB) – um dos três que formam o complexo –, supostamente por causa da transferência de um detento para outra unidade do sistema.

A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) informou por meio de nota que o reeducando morto ainda não foi identificado. Dos cinco feridos, um foi levado para o Hospital da Restauração (HR) com um tiro na testa e outro foi encaminhado para o Hospital Otávio de Freitas com ferimento de arma branca na perna. Um chaveiro teria levado um tiro na boca disparado por detentos. Ele teria, na ótica dos presos, denunciado colegas de pavilhão. Até o fechamento desta edição, às 0h45, não havia informação sobre o estado de saúde dos feridos. O Grupo de Operações e Segurança (GOS/Seres), o Batalhão de Choque, o Samu e o Corpo de Bombeiros foram acionados para controlar a confusão. O Instituto de Medicina Legal (IML) e o Instituto de Criminalística (IC) também estiveram no local.

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Na frente do presídio, muitos curiosos e familiares de detentos – principalmente esposas – estavam preocupados com a situação. “Ninguém comunica nada. A gente chega para pedir informação e eles pedem para a gente afastar”, disse uma mulher cujos marido, irmão e primos estão na unidade prisional. Populares afirmaram ter visto presos sendo carregados em carros de mão para ambulâncias no Samu. Moradores do entorno do complexo também relataram ter ouvido tiros e bombas de efeito moral. Segundo um agente penitenciário ouvido pela reportagem, o tiroteio durou cerca de vinte minutos e começou entre os próprios detentos.

Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Um homem que mora a 300 metros do complexo prisional e que também não quis se identificar, por medo de represálias, disse que chegou a sentir o gás lacrimogênio utilizado pelos policiais na conteção ao tumulto. “Moro aqui há cinco anos e sempre escuto quando há confusão. Da laje do vizinho dá para ver quando alguns presos estão andando com facões”, afirmou.

Considerado o pior presídio do Brasil pela Organização dos Estados Americanos (OEA), o Complexo do Curado tem hoje cerca de 7 mil detentos, quando o número de vagas é de 1,7 mil. O presídio é mais superlotado do País, com 265% a mais da capacidade original.

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