O chefe da Polícia Civil em Pernambuco, Antônio Barros, designou, na tarde dessa quarta-feira (27), o Grupo de Operações Especiais (GOE) para a investigação do desaparecimento do menino Carlinhos, de 9 anos, levado pelo pai, o empresário argentino Carlos Attias, no Natal do ano passado.
O caso, há mais de sete meses sem resposta, está agora sob o comando do delegado Francisco Océlio, que dará continuidade ao trabalho feito pela Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA). Em entrevista ao JC, a mãe, a fisioterapeuta Cláudia Boudoux, havia criticado o serviço das autoridades. “O que eu vejo é que a puração está parada. A polícia está de mãos atadas e é inoperante”.
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Cláudia foi forçada, por uma ordem judicial, a entregar Carlinhos ao ex-marido no dia 25 de dezembro. O argentino, no entanto, deveria ter devolvido a criança dois dias depois, o que não aconteceu. A fisioterapeuta viu o filho pela última vez no dia 30 daquele mês, durante uma audiência que determinou que o pai passaria o ano-novo com o garoto.
“Depois disso, nunca mais soube dele. Só fui descobrir que Carlos fugiu com meu filho no carnaval, quando consegui uma ordem para entrar no apartamento dele”. No local, não havia vestígios nem do pai nem do garoto.
Cláudia e Carlos foram casados durante 12 anos. Segundo ela, depois da separação, o argentino tentou afastar os filhos dela. “Ele fez um trabalho de alienação parental muito forte. Carlinhos virou outra criança. Ele costumava ser muito carinhoso”.
O menino se revoltou contra a mãe e chegou a se despedir dos colegas na escola, dizendo que iria morar com o pai na Argentina.
APOIO
O reforço policial não é o único apoio recebido pela fisioterapeuta. A ajuda, desta vez, veio de outra Cláudia, que entende bem a angústia de ficar sem notícias do próprio filho.
Na página “Vamos encontrar Júlia”, a servidora pública Cláudia Cavalcanti publicou um apelo por Carlinhos.
“A ajuda de vocês foi fundamental para acharmos Júlia. Por isso, viemos aqui pra pedir a ajuda também para a mãe de Carlinhos”, escreveu a servidora pública.
A fisioterapeuta procurou Cláudia quando soube do desaparecimento de Júlia. “Quando ela foi encontrada, minha primeira sensação foi de alegria. A segunda, de revolta. Meu filho não teve uma investigação de verdade”, lamentou.
Informações sobre o paradeiro de Carlinhos podem ser dadas através do Disque-denúncia: (81) 3421-9595.