IRRESPONSABILIDADE

Bufê não poderá cumprir com eventos após sócio fugir com dinheiro

Em vídeo enviado a outra dona da empresa, ele conta que está indo embora para outro Estado, e que está na torcida para que a mulher cumpra com os eventos

JC Online
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Publicado em 24/07/2018 às 16:09
Foto: Reprodução/TV Jornal
Em vídeo enviado a outra dona da empresa, ele conta que está indo embora para outro Estado, e que está na torcida para que a mulher cumpra com os eventos - FOTO: Foto: Reprodução/TV Jornal
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A dona do bufê acusado de dar golpe em clientes em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, não poderá cumprir com os próximos eventos até o mês de agosto. O caos aconteceu quando o sócio, identificado como Laudeir Júnior, fugiu levando boa parte do dinheiro da empresa, que já não estava financeiramente bem.

O advogado Wagner Lins, que age em defesa da empresária, conta que os contratos de setembro a dezembro serão atendidos, já que a cliente dele, Anne Emanuelle Monteiro, terá um prazo maior para se reestruturar financeiramente. Ainda há outros quatro eventos marcados para 2019. Estes também estão mantidos, caso os clientes desejem permanecer com o serviço do ‘EJ Buffet e Comedoria’.

Anne Emanuelle deve prestar depoimento à polícia ainda nesta semana. Segundo o advogado, a sua cliente “está surpresa” com a fuga do sócio. No dia 11 de julho, data anterior ao sumiço de Laudeir, eles tiveram duas reuniões e fecharam dois contratos no valor de R$ 2.400, pagos em espécie.

Em conversa com Wagner Lins por telefone, ele conta à reportagem do Jornal do Commercio que o rapaz disse a Anne que ficaria com o dinheiro, usando a justificativa de que na madrugada do dia seguinte iria para o Ceasa, comprar o material para os eventos do fim de semana. No dia último dia 12 pela manhã, a empresária recebeu o vídeo do sócio, por mensagem de whatsapp, contando que estava indo embora.

"Tô indo embora. Vou trabalhar em outro estado, já arrumei um emprego. Vou começar próxima semana. Quero que você cumpra as festas, que dê tudo certo. Torço por você. Infelizmente eu tenho que ir embora”, disse Laudeir no vídeo enviado à sócia.

“Minha cliente ainda conseguiu cumprir as 10 festas do final de semana, mesmo sem notícias do sócio e com poucos recursos”, conta o advogado. Os eventos dos dias 13,14 e 15 deste mês foram feitos com as últimas economias do bufê, que já enfrentava uma crise financeira.

Para tentar compensar aos clientes lesados na situação, que tiveram os eventos nos dias 20,21 e 22 deste mês, a dona do bufê irá procurar as partes envolvidas e tentará chegar a um denominador comum. “Dos compromisso que vão vencer, ela também vai procurar, mas infelizmente não vai cumprir as festas”, lamenta o advogado.

Laudeir era fotógrafo antes de administrar o bufê

Em uma carreira de mais de 5 anos no ramo de festas, Anne conheceu Laudeir neste meio. “Ele era fotógrafo antes de trabalhar na administração de bufês”, conta Wagner. Inicialmente ele começou tomando conta da área financeira da empresa, e depois se tornaram sócios, abrindo o “EJ Buffet e Comedoria”.

Conforme os relatos do advogado de Anne, nos últimos quatro anos “a empresa vinha crescendo bastante”. Chegaram a alugar uma casa de festas, mas não obtiveram retorno, o que iniciou o prejuízo financeiro. “Em 1 ano eles só conseguiram fazer seis festas”, diz Wagner Lima.

Relembre o caso

O que era para ser um momento de realização acabou em frustração para 20 pessoas pessoas que contrataram os serviços de um bufê e alegam ter sido vítimas de um calote. Algumas das vítimas estiveram, na manhã da segunda-feira (23), na Delegacia de Rio Doce, em Olinda, para procurar providências contra Ane Manuelle Monteiro, dona da empresa ‘EJ Buffet e Comedoria’, que fica localizada em Bairro Novo.

Uma das vítimas, a empregada doméstica Suely Machado da Silva, de 37 anos, teria contratado a empresa para realizar a festa de 15 anos da filha, que irá acontecer no próximo sábado (28) no bairro da Linha do Tiro, na Zona Norte do Recife. “Conheci os serviços dela através de conhecidos e pelo Facebook. Muita gente falava bem. Procurei, liguei e fiz o contrato com ela no valor de R$ 3 mil no final do ano passado”, afirmou.

De acordo com Suely, muita gente teria sido lesada pela fraude. “Tem um grupo com mais de 100 pessoas que sofreram esse calote; 40 já teriam um contrato firmado com ela”, finalizou. Apesar do grande número, apenas 20 pessoas compareceram a Delegacia, até a segunda-feira (23), para registrar uma queixa formal.

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