Caso Aldeia

Caso Aldeia: filho mais velho de médico está em liberdade provisória

Pedido de liberdade provisória foi feito na última audiência de instrução do caso, em 14 de dezembro

JC Online
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Publicado em 21/12/2018 às 17:15
Foto: Sérgio Bernardo/ JC Imagem
Pedido de liberdade provisória foi feito na última audiência de instrução do caso, em 14 de dezembro - FOTO: Foto: Sérgio Bernardo/ JC Imagem
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O engenheiro Danilo Paes, 23 anos, acusado de participar da morte do pai, o médico Denirson Paes, foi liberado do Complexo Prisional do Curado, Zona Oeste do Recife, na tarde desta sexta-feira (21), mediante pagamento de fiança de R$ 5 mil. A conversão da prisão preventiva em liberdade provisória atendeu a pedido da defesa.

Proibido de manter contato com as testemunhas do processo, o jovem deverá estar em casa sempre no período noturno (entre 22h e 6h). A mãe de Danilo e esposa de Denirson, Jussara Paes, também acusada pelo crime, segue presa na Colônia Penal Feminina do Recife.  Em janeiro de 2019, a Justiça vai decidir se os dois réus vão a júri popular pelo crime.

A defesa entrou com pedido de liberdade provisória na última audiência de instrução do caso, em 14 de dezembro. O direito foi concedido pela juíza Marília Falcone.

De acordo com o advogado de Danilo, Rafael Nunes, o engenheiro conseguiu liberdade provisória porque foi constatado que não há, nos autos, requisitos que exijam a decretação de uma prisão preventiva. Ainda de acordo com Rafael, “muito dificilmente” Danilo votará a ser preso novamente. No entanto, caso seja constatado, ao fim do processo, que Danilo é culpado, ele pode sim voltar a cumprir pena.

“Danilo Paes Rodrigues possui bons antecedentes criminais, personalidade de homem comum, é um jovem universitário que não apresenta qualquer ameaça social, não podendo ser, assim, considerado um agente com alto grau de periculosidade. Daí porque não há que se falar em afronta à ordem público, como também não é caso de qualquer afronta à ordem econômica”, disse a juíza Marilia Falcone Gomes Lócio, da decisão. 

Relembre o caso

O corpo do médico foi encontrado esquartejado na casa da família, em Aldeia, em julho deste ano. Nove dias após desenterrar do fundo do poço os primeiros pedaços dos membros inferiores, seguidos de partes dos superiores, a polícia encerrou as buscas, ao localizar – em uma profundidade superior a 25 metros – cabeça e tórax.

Apesar da Polícia Civil ter apontado no inquérito os dois como os autores do crime, Jussara confessou, no dia 3 de setembro, ter assassinado e esquartejado o marido sozinha. A motivação teria sido a descoberta de um caso que o médico tinha.

Segundo o inquérito policial, apresentado no dia 30 de agosto, o médico foi esganado ainda na cama e carregado do quarto do até um corredor próximo ao quiosque, onde foram dadas pancadas que afundaram o seu crânio. A partir daí, começou o esquartejamento. Com um serrote, a coluna de Denirson foi cortada em duas partes, e o corpo foi dividido em pedaços. Segundo o exame tanatoscópico, houve ainda a tentativa de carbonizar os restos mortais do médico num local próximo a cacimba. A carbonização não foi concluída.

De acordo com peritos, Jussara teria ido em dois locais para comprar material de construção e para pegar uma pessoa que a auxiliou na quebra da casinha. Mesmo sem saber do assassinato, esta pessoa teria ajudado Jussara na ocultação do cadáver- colocando os entulhos da casinha na cacimba onde os restos mortais do médico foram encontrados. “É precoce eu falar se daria para ela fazer sozinha o ato. Mas utilizamos um indivíduo que se aproxima em altura e peso com o Denirson para tentarmos fazer o fato o mais equiparado possível com o que aconteceu e conseguimos tirar algumas dúvidas, e somar com coisas já confirmadas”, destacou o perito Fernando Benevides.

 

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