A Polícia Civil detalhou, nesta sexta-feira (28), parte da megaoperação contra grupos especializados em tráfico e homicídios em três localidades no Grande Recife. De acordo com o delegado Ivaldo Pereira, da Diretoria Integrada Metropolitana, as investigações que levaram a desarticulação das quadrilhas se iniciou em 20 de abril de 2018.
“No decorrer da investigação na comunidade dos Milagres [no Ibura, Zona Sul do Recife], observamos que depois que o grupo comandado por Jones se desfez, os remanescentes continuaram atuando nos mesmo crimes”, explicou Pereira.
Segundo a polícia, havia um grupo comandando por um homem conhecido como André Perneta, que de dentro do presídio dava ordens para traficantes e homicidas na Vila dos Milagres.
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Grupos e operações
“Com a morte de Perneta no dia 17 de outubro, algumas dessas pessoas foram atuar em crimes em outras áreas”, relatou o delegado. De acordo com as investigações, o grupo passou a ser liderado por Willk Martins da Silva, conhecido como ‘Bala’.
A quadrilha também atuaria no Curado IV, Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife. Por essa atuação, a quadrilha de Willk era rival de outro grupo, também do Curado IV, liderado por Elvis do Carmo dos Prazeres, o ‘Elvis Coroa’. Ele comanda o tráfico de drogas na localidade da prisão, em Vitória de Santo Antão, Mata Norte de Pernambuco. “A operação Golden Ball tem esse nome por causa do grupo que se baseava na comunidade de Bola de Ouro, no Curado IV”, afirmou o delegado, “esta quadrilha é bastante violenta, tendo praticado inclusiva um triplo homicídio na cidade de São Lourenço da Mata”, complementou.
Remanescentes da Vila dos Milagres também passaram a atuar no tráfico de drogas no bairro do Pina, Zona Sul do Recife, que foi alvo da Operação Beach. O suspeito Everton de Miranda Moreira, ligado ao grupo de André Perneta, era “uma ponte que ligava os Milagres” à outra localidade, segundo a polícia. Willk e Everton estão entre os presos na megaoperação deflagrada ontem.
Mandados de prisão
Ao todo, foram cumpridos 12 de 19 mandados de prisão expedidos nessa quinta-feira (27). “Sete indivíduos ainda estão sendo procurados. Alguns deles foram à polícia, por meio de advogados, afirmando que queriam se entregar depois das festas de fim de ano”, concluiu Pereira.