DECISÃO

MPPE considerava branda pena dada inicialmente aos 'Canibais de Garanhuns'

O trio teve as penas aumentadas no caso do assassinato, ocultação e vilipêndio do cadáver da adolescente Jéssica Camila da Silva Pereira

JC Online
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Publicado em 18/07/2019 às 17:08
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O trio teve as penas aumentadas no caso do assassinato, ocultação e vilipêndio do cadáver da adolescente Jéssica Camila da Silva Pereira - FOTO: Foto: Alexandre Gondim/JCImagem
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Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (18), a promotora de Justiça Eliane Gaia alegou que o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) considerou injusta a pena dada, inicialmente, aos "Canibais de Garanhuns" no caso do assassinato, ocultação e vilipêndio do cadáver da adolescente Jéssica Camila da Silva Pereira, de 17 anos. O crime aconteceu em 2008, em Olinda, Região Metropolitana do Recife. Ou seja, para o MPPE, o trio deveria ter pego uma pena mais pesada desde o primeiro julgamento.

"O Ministério Público estava pedindo que a dosimetria da pena fosse elevada. Primeiro, porque a personalidade dos réus era extremamente voltadas ao mundo do crime. Eles não praticaram somente um crime, praticaram mais de um crime desta e de outra natureza. Bem como a dosimetria da pena, quando a juíza à época foi estabelecer, ela colocou a personalidade dos réus, apreciou a personalidade da vítima que não deu causa àqueles homicídios, bem como as circunstâncias e o fato do crime ter sido de uma 'hediondês' extremamente grave", comentou a promotora.

Jorge Beltrão Negromonte da Silveira havia sido condenado a 21 anos e seis meses de reclusão por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, além de um ano e seis de detenção por vilipêndio. Com a decisão unânime da 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), ele terá que cumprir 27 anos de prisão e um ano e meio de detenção. Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva, condenadas a 19 anos de prisão e um de detenção pelos mesmos crimes, cada uma, terão que cumprir 24 anos de prisão e um de detenção.

Segundo a promotora, em relação ao crime de homicídio, não caberá mais recurso porque o caso já transitou em julgado.

Assassinato

De acordo com a investigação policial, a vítima foi imobilizada no banheiro da casa onde passou a morar com os acusados - Jéssica tinha uma filha de uma ano, era moradora de rua e aceitou morar com o trio -, e em seguida levou um golpe de faca na jugular. Todo o sangue foi retirado com a ajuda de um garrote. Depois, teve o corpo esquartejado e a pele retirada. A carne foi retirada e guardada na geladeira. No dia seguinte, foi ingerida grelhada, depois temperada com sal e cominho.

Segundo o promotor André Rabelo, o trio criou uma seita cujo um dos objetivos era o controle da natalidade. Eles procurariam mulheres em situação de vulnerabilidade, em busca de amparo, que tinham filhos de pais diferentes e estavam solteiras.
Jorge Beltrão está preso na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife, e as duas mulheres estão na Colônia Penal Feminina de Buíque, no Agreste de Pernambuco.

Outros crimes

Em 15 de dezembro de 2015, o trio foi sentenciado por duplo homicídio qualificado pela morte de mais duas mulheres. Os crimes aconteceram em fevereiro e março de 2012 e Jorge Beltrão foi condenado a 71 anos de reclusão, Isabel Cristina a 68 anos e Bruna Cristina a 71 anos e 10 meses.

Considerando os três crimes, Jorge Beltrão cumprirá pena de 98 anos, Bruna Cristina terá que cumprir 95 anos e Isabel Cristina cumprirá pena de 92 anos de reclusão.

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