CRIME VIRTUAL

PF alerta para 'golpe do amor'; veja como funciona

Dados do Alerta na Rede apontam que cerca de 88% das vítimas são mulheres

JC Online
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Publicado em 06/08/2019 às 9:54
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Dados do Alerta na Rede apontam que cerca de 88% das vítimas são mulheres - FOTO: Foto: Pixabay
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A Polícia Federal (PF) alerta internautas para o 'golpe do amor'. De acordo com a corporação, por meio do canal de denúncias Alerta na Rede, muitas pessoas relataram ter sido vítimas do golpe. Dessas, entre outubro de 2016 e dezembro de 2017, cerca de 88% eram mulheres.

A estratégia dos golpistas é sempre a mesma. Eles criam um perfil falso para atrair as vítimas e, a partir disso, enviam mensagens privadas e iniciam o contato com seus alvos. O que, inicialmente, parece algo bom, ao poucos, evolui para uma ação criminosa na qual as vítimas têm suas contas bancárias zeradas e contraem dívidas.

Segundo a PF, apenas nos dois primeiros meses de 2019, mais de 220 perfis falsos foram identificados. Também chamados “scammers”, os golpistas são homens especialistas no jogo da sedução para conseguir dinheiro. Eles escolhem suas potenciais vítimas após analisar algumas características delas. A primeira é conhecer situação financeira, já que o objetivo principal do golpe é a extorsão. Outro fator na escolha da vítima é status de seu relacionamento.

Os “scammers” geralmente moram em países como Costa do Marfim, Nigéria e Iraque e escolhem mulheres entre 45 e 55 anos. Eles costumam contar histórias para sensibilizar as vítimas e fazê-las acreditar que estão dispostos a se casar. Os golpistas ainda demonstram interesse em fazer uma viagem ao Brasil para conhecer "sua futura esposa" e chegam a enviar até foto de uma suposta passagem aérea e do anel de noivado.

Pernambucana

Por pouco, uma pernambucana não foi mais uma vítima dos golpistas. A mulher, desconfiada dos rumos da conversa que estava mantendo com um suposto norte-americano pela internet, procurou a PF com o objetivo de receber orientações de como agir.

À ela, o golpista, que se apresentou como militar chamado Jimmy S. Farley, havia pedido que fosse realizado um deposito no valor de R$ 1.500 na conta de um suposto coronel, sob o pretexto de pagamento de uma taxa de adesão referente a uma licença de emergência que permitiria que ele saísse de uma suposta zona de guerra por um período e pudesse fazer uma viagem ao Brasil para conhecê-la.

Ele alegou que por não ter acesso onde estava a sua conta bancária não poderia pagar o valor exigido da licença. Por fim alegou que em 48 horas, após o pagamento estaria no Brasil e que tinha a intenção de abrir uma escola e um orfanato quando chegasse.

A pernambucana foi orientada a ir a uma delegacia para fazer um boletim de ocorrência e entregar cópias de todas as mensagens e fotos do golpista a fim de que uma investigação possa ser aberta.

De acordo com a PF, é preciso estar alerta aos contatos com pessoas desconhecidas pela internet. A corporação orienta que, em caso de suspeitas de golpe, encerre o contato com o possível criminoso e procure uma delegacia para registrar a ocorrência.

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