Após mais de um mês do início da aplicação da 2ª dose da vacina contra o Papilomavírus Humano, o HPV, a Secretaria de Saúde do Recife alerta para o fato de que apenas 12% das adolescentes do grupo prioritário procurou os postos de vacinação. Os dados do Programa Nacional de Imunização reforçam a necessidade de se debater a importância de dar continuidade ao esquema de vacinação.
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O HPV é um vírus transmitido pela relação sexual e atinge principalmente as mulheres, podendo causar câncer de colo de útero. O vírus também pode ser transmitido de mãe para filho, no parto. O preconceito é um dos maiores impecilhos para os metodos de prevenção da doença, pois muitas mães evitam que a criança tenha acesso à vacina com medo de influenciar na entrada da vida sexual da filha. No Recife, apenas 3.910 unidades da segunda dose foram aplicadas, contrastando com as 34.156 adolescentes que fazem parte do grupo prioritário. A primeira etapa da vacina, realizada em abril, contou com 100% de adesão.
Outro fator que influencia na baixa procura pela vacina é o medo dos efeitos colaterais. "É muito raro a vacina provocar reações, além dos comuns, como dor local, cefaleia e febre em menor incidência. O que acontece, na maioria dos casos, é o que chamamos de síncope, consequência da ansiedade e do medo da injeção, não relacionado especificamente à vacina de HPV”, explicou Elizabeth Azoubel, coordenadora do Programa de Imunização do Recife.
A imunização pode ser feita nas unidades de Saúde da Família, incluindo as Upinhas 24h e Upinhas Dia, além das policlínicas da rede municipal. O público alvo são as adolescentes com faixa etária entre 11 e 13 anos. Quem completou 11 anos há pouco tempo e ainda não tomou a primeira dose pode receber a vacina, é só levar um cartão de vacinação, cartão do SUS e documento de identidade. A terceira dose da vacina deve ser aplicada após 5 anos da aplicação da primeira dose.