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Caruaru registra aumento de casos de tuberculose

Incidência da doença cresceu 36,3%, segundo levantamento feito pela secretaria municipal de saúde

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 24/10/2014 às 17:07
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Na cidade de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, a incidência da tuberculose cresceu 36,3%, segundo levantamento feito pela secretaria municipal de saúde. De janeiro a outubro deste ano, 113 novos casos foram confirmados - 40 a mais do que no mesmo período do ano passado. Esse aumento na taxa de incidência é reflexo de um trabalho de busca ativa, proposto pelo Ministério da Saúde (MS). Através dessa ação, os profissionais de saúde não esperam que a população procure o serviço público.

“Vamos atrás daquelas pessoas que não recorrem às unidades básicas de saúde e que vivem fora de qualquer rede de proteção”, explica a coordenadora de epidemiologia da Secretaria de Saúde de Caruaru, Alba Cristina Vasconcelos. Ela ressalta que esse trabalho começou a ser intensificado há quatro anos, quando o município passou a treinar e sensibilizar equipes de saúde da família para promover um aumento na detecção de casos de tuberculose em comunidades de baixa renda.

“O nosso objetivo é encontrar, cada vez mais, essas pessoas que têm a doença e não buscam assitência”, diz a gestora, que se baseia em índices nacionais para implementar as ações de localização de indivíduos que estão em situação de vulnerabilidade. “Cerca de 1% da população é sintomática respiratória, o que significa dizer que tem história de tosse por mais de três semanas. Desse percentual, 4% desenvolvem tuberculose. Precisamos ir atrás dessas pessoas, como aquelas que estão em abrigos, que nem sempre procuram um serviço de saúde.” 

Para fazer um diagnóstico preciso desses novos casos, a Secretaria de Saúde de Caruaru acaba de adquirir o equipamento GeneXpert, que tem uma tecnologia capaz de fazer a detecção da doença em até três horas. De acordo com a gerente do Lactário (laboratório municipal), Maria Aparecida Soares, o aparelho facilita a vida do paciente.

“Diante de um resultado positivo, o laudo é enviado ao médico da unidade de saúde, que faz logo um encaminhamento para um especialista”, diz. A agilidade no processo de diagnóstico facilita a prescrição mais ágil e correta do tratamento. “O equipamento informa, inclusive, se o paciente tem resistência ou não à medicação padrão. Se houver, o Ministério da Saúde disponibiliza uma segunda opção de medicamento”, garante Alba.

A terapêutica da tuberculose deve ser imediato porque é capaz de melhorar a qualidade de vida do doente e de evitar a disseminação da enfermidade. “Após 15 dias do início do tratamento, a pessoa não transmite mais a doença”, frisa Alba. Cada pessoa com tuberculose pulmonar infecta cerca 10 a 15 indivíduos anualmente. É por isso que os médicos, os enfermeiros e os agentes comunitários de saúde acompanham criteriosamente cada caso, a fim de evitar abandono do tratamento. “Conseguimos fazer esse controle porque, a cada mês, os pacientes precisam vir à secretaria para receber a medicação. Se passa dois dias da data estabelecida, já ficamos em alerta e fazemos a busca ativa.”

A gestora ainda informa que o teste de HIV é feito em todas as pessoas com tuberculose, principal causa de morte entre pacientes com HIV/aids no mundo. Dos casos diagnosticados de tuberculose no Brasil, cerca de 10% são de pessoas também infectadas com o HIV, que leva ao estado de imunodepressão – situação em que ocorre baixa das células de defesa do organismo, fato que favorece o aparecimento de um quadro de tuberculose e outras infecções oportunistas. Em Caruaru, dos 113 indivíduos diagnosticados com a doença neste ano, sete também vivem com HIV. 

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