A bióloga Leda Regis, professora da UFPE e pesquisadora da Fiocruz aposentada, acompanhou o comportamento dos vetores da dengue em Pernambuco. Em entrevista ao JC afirma que a chicungunha era previsível e que os mosquitos estão cada vez mais robustos
JC – Por que os Aedes aegypti e albopictus não nos deixam?
LEDA REGIS – Eles têm aparência frágil e, de fato, para matar um mosquito que ameaça beber nosso sangue basta ser rápido e atingi-lo com a palma da mão. Mas constituem populações robustas. Têm alta capacidade reprodutiva, ovos com casca protetora, ciclo de vida rápido e se estabelecem nos ambientes urbanos, espalhando ovos em locais difíceis de serem encontrados. Após milhões de anos de evolução estão adaptados às condições ambientais da casa humana. Sequer foram abalados depois de quase duas décadas de combate contínuo, com grandes contingentes de trabalhadores e toneladas de larvicidas no País.
JC – Em algum momento se pensou na nova doença?
LEDA – O vírus chicungunha foi isolado em 1953 na Tanzânia (África) e acredita-se que circulava em ciclos endêmicos há séculos. Em 2004, expandiu-se a transmissão para a Ásia, ilhas do Pacífico e Índico. Em 2007, foi registrada transmissão na Itália, iniciando a circulação no Sul da Europa. Em 2013, chegou ao Caribe e agora nas Américas, incluindo o Brasil.
Leia mais na edição impressa do JC desta quarta-feira (12/11).