Diante do salto dos números de doentes com suspeita de dengue e também com diagnóstico confirmado, a Secretaria de Saúde do Recife decidiu treinar 33 novos agentes de saúde ambiental e controle de endemias. A partir desse reforço, a cidade passa a contar com mil profissionais que caem em campo numa força-tarefa, inclusive nos fins de semana, para intensificar as ações de controle da dengue. Na capital, até o último dia 25 (16ª semana do ano), 6.942 pessoas apresentaram sintomas da doença – um aumento de 853,6%, em comparação ao mesmo período de 2014.
A prefeitura reforça que, apesar de mais agentes terem sido convocados para reforçar o trabalho de combate à doença, a população precisa fazer sua parte. Moradores de todos os bairros devem abraçar a causa e ficar atentos a situações que favorecem o aparecimento de focos do mosquito.
“Vale ter cuidado com os recipientes com água, que devem estar sempre bem tampados, e também com outros locais para reprodução do mosquito, como calhas, caixas de ar-condicionado e depósitos que ficam atrás da geladeira”, alerta a gerente de Divisão de Vigilância à Saúde do Distrito 1, Maria Luiza Costa. Ela informa que dos 11 bairros da área central do Recife sob sua responsabilidade, Santo Amaro é o que apresenta maior incidência da doença.
Até o último dia 25, foram registradas 713 pessoas com suspeitadas de dengue no distrito 1. Desse total, 50% se concentram em Santo Amaro, onde foram realizadas 80% das visitas domiciliares, segundo Maria Luiza.
“Aprendi com agentes da prefeitura que preciso olhar a calha. Ela pode entupir e servir de criadouro para o mosquito”, diz o comerciante Manoel Silveira, 71 anos.
Para locais abandonados, onde a equipe não tem acesso, é solicitado apoio do Ministério Público de Pernambuco, que pode determinar a entrada dos agentes nas residências. Durante os mutirões aos sábados e domingos, que começaram em março, agentes de saúde ambiental e controle de endemias já visitaram mais de 32 mil residências. No último fim de semana, 77 profissionais realizaram o tratamento focal em 1.124 locais com potenciais criadouros. Os plantões continuam em maio.
“Tenho cuidado com locais que podem servir de focos para o mosquito. Reparo em tudo, até na caixa-d’água do vizinho”, diz o empresário Wilson Calazans, 62 anos.