Os moradores da Rua José Mário Ventura, no Cabo de Santo Agostinho, Grande Recife, enchem os olhos de alegria para falar dos quíntuplos. É lá onde moram os pais dos bebês, que nasceram na terça-feira (14) e permanecem bem na unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal do Hospital Memorial São José, no bairro da Boa Vista, área central da capital pernambucana. A garagem da casa está completamente tomada por pacotes de fraldas – ao todo, são aproximadamente 18 mil unidades, doadas pela empresa onde trabalha o pai, o pintor jatista Valmir Carneiro da Silva, 33. Outros 300 pacotes foram dados pelos amigos que compareceram ao chá de fraldas, realizado em maio.
A maioria dos itens do enxoval veio de doação, exceto o guarda-roupa dos bebês, comprado pela família. Pelo quarto, estão espalhados sacolas com roupas, sapatos, mamadeiras, materiais de higiene, cadeira de alimentação e banheiras. O berço, de quatro metros, foi feito sob medida. Para acomodá-lo, foi preciso derrubar uma parede que separava um cômodo de outro.
Os bebês respiram, desde o dia em que nasceram, com ajuda de suporte nasal e recebem alimentação intravenosa, rica em proteínas, lipídios e glicose. O leite da mãe, a dona de casa Hildeane do Carmo Lopes, 39, foi oferecido aos quíntuplos e é essencial para ajudá-los a ficar fortes e resistentes a infecções. Os recém-nascidos também já tomam banho de luz. O pai dos quíntuplos não esconde a alegria que sente ao ficar pertinho deles em alguns momentos ao longo do dia. “Não consigo dizer como é a felicidade que estou sentindo. Ainda não posso colocá-los no braço, mas já toquei nos pés e mãos deles. É tudo muito inexplicável. Quando conversei com Valdemir, percebi que abriu um pouco os olhos, como se ele tivesse percebido a minha voz”, vibra Valmir, emocionado.
Ele e a sogra, a dona de casa Bibiane Lopes dos Santos, 62, têm se revezado no hospital para ficar com Hildeane, que deve receber alta até a próxima semana. Ela está no apartamento da maternidade e tem caminhado pelo quarto. Quando Hildeane sair do hospital, o casal vai para casa. Os bebês devem ficar na UTI por, no mínimo, dois meses – tempo necessário para se recuperarem do organismo frágil e imaturo. “Mas diariamente estaremos no Recife logo cedo. É importante ficarmos perto dos nossos bebês. Só no fim do dia é que voltaremos para o Cabo”, diz Valmir, que só faz contar os dias para ter os filhos em casa.