Tabagismo

Balanço da lei antifumo é positivo no Recife

Desde maio, não são registradas irregularidades nos estabelecimentos comerciais da capital pernambucana

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 28/08/2015 às 7:08
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Cada vez menos popular, o hábito de fumar foi banido dos restaurantes, bares e boates da capital pernambucana, que têm cumprido a valer a lei antifumo. Em vigor desde dezembro, a norma debelou os fumódromos. A última irregularidade, segundo a Vigilância Sanitária do Recife (Visa), foi notificada em maio. Desde então, a prefeitura não tem registrado problemas nos estabelecimentos comerciais – nem mesmo os mais acanhados, como a presença de cinzeiros e falta de sinalização indicativa de que é proibido fumar no local.

“Percebemos que o Recife tem apresentado boa adesão. Os donos dos restaurantes e bares não relatam mais conflitos com os clientes, que se sentem constrangidos em fumar no espaço”, diz a gerente da Visa, Adeílza Ferraz.

Esse feito alcançado por mais uma política contra o tabaco é motivo para comemoração amanhã, no Dia Nacional de Combate ao Fumo, que sensibiliza a população para os danos sociais, econômicos e ambientais causados pelo tabagismo, que acomete 10,3% dos moradores do Recife.

Infográfico

Lei antifumo

A expectativa é que a lei antifumo, ao promover ambientes livres do tabaco, ajude a diminuir, cada vez mais, a prevalência de fumantes na capital pernambucana. Serve como exemplo o Estado de São Paulo, onde a proibição do fumo em locais fechados é uma realidade desde 2009. Por lá, uma pesquisa do Ibope mostra que 49% das pessoas admitem ter reduzido o consumo de cigarros desde o início da vigência da lei. 

Mesmo diante da adesão positiva no Recife, o trabalho de inspeção continua a todo o vapor: de segunda a sexta-feira, nos três expedientes, a Visa faz vistoria nos estabelecimentos. “Sempre há fiscalização, o que é muito bom para nós que trabalhamos nos restaurantes. A presença da Vigilância Sanitária aqui ajuda bastante a conscientizar os clientes, que têm colaborado conosco. Eles raramente fumam dentro do estabelecimento ou na calçada. Já sabem que não é permitido por lei”, diz o gerente-geral do Caneca Fina, Pedro Amaro da Silva. 

O restaurante, que está repleto de sinalizações de que não é permitido fumar no local, é um dos 14 estabelecimentos recifenses que, desde a vigência da lei, receberam autos de infração pela presença de pessoas fumando no local – na maioria das vezes, em puxadinhos nas calçadas, onde há toldos ou marquises. “Quando querem fumar, os clientes já sabem que precisam ir a lugares abertos, como a praça que há aqui na frente. Por isso, não temos mais problemas”, acrescenta Pedro. 

Para marcar o Dia Nacional de Combate ao Fumo e reforçar as fiscalizações, a Visa faz uma blitz hoje, das 17h às 23h, para fortalecer a importância de os donos dos estabelecimentos continuarem a abraçar a causa de uma cidade sem fumo. O balanço do órgão, de janeiro a julho, indica que 1.384 empresas passaram por fiscalização. Desse total, 52 foram notificadas e 14 tiveram que responder a um processo administrativo-sanitário, que pode resultar em multa que varia de R$ 40 a R$ 400 mil. 

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