Saúde

Microcefalia assusta e muda rotina em hospital

Apenas nesta quinta-feira (12), dez casos foram atendidos no Oswaldo Cruz

Do JC Online
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Publicado em 12/11/2015 às 19:07
Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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O ambulatório infantil do Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), no bairro de Santo Amaro, Centro do Recife, costuma ser um local tranquilo. Em média, são realizados 20 atendimentos diários, relativos as diversas enfermidades infecciosas em crianças. Há menos de um mês, essa rotina mudou. Foi quando começaram a aparecer em grande volume os casos de microcefalia, uma anomalia genética caracterizada pela diminuição do tamanho da cabeça dos recém-nascidos. No dia de hoje, por exemplo, foram registrados dez atendimentos, apenas de crianças com a condição.

A microcefalia é um problema novo, e que assusta. São 141 casos confirmados no Estado, entre 1º de janeiro e 9 de novembro deste ano. Para se ter uma ideia de como o aumento é expressivo, durante todo o ano de 2014, foram 12 casos.




No ambulatório infantil do HUOC, o clima é de apreensão. Assustados, pais seguram os filhos enquanto aguardam pela consulta. A maioria não sabe o que esperar do futuro. Para a maioria, falar com a reportagem, só sob anonimato. "Descobri a microcefalia durante uma ultrassonografia. Entrei em desespero, achava que meu filho seria normal. Agora fica um clima de incerteza sobre o futuro”, diz uma doméstica

“Minha sobrinha teve gêmeos. Um nasceu com microcefalia, o outro, não. Ela descobriu durante a gestação e ficou apavorada. Viemos aqui para os exames de praxe e não sabemos o que esperar”, conta um autônomo. A cabeleireira Silvana Nascimento concordou falar da condição de seu neto, que nasceu há quatro dias. "Viemos aqui para saber como vai ser o tratamento. Agora é luta, é entregar nas mãos de Deus e seguir em frente", diz.

A infectologista Regina Coeli, do HOUC, adianta que os efeitos da microcefalia podem variar de caso a caso, mas que geralmente são nas áreas cognitiva e motora. "A causa ainda é desconhecida e está sendo estudada. O que o poder público pode fazer é oferecer apoio a essas famílias. As crianças vão precisar de acompanhamento multidisciplinar, com fonoaudiólogo, fisioterapeuta, entre outros".

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Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais do Hospital Universitário Oswaldo Cruz - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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O hospital, que fica no bairro de Santo Amaro, tem recebido os casos de microcefalia - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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A microcefalia é uma anomalia caracterizada pela diminuição do tamanho da cabeça dos recém-nascidos. - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Número médio de casos era de nove por ano em Pernambuco - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Somente nos últimos meses, foram diagnosticados 141 casos no Estado - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Assustados, pais seguram os filhos enquanto aguardam pela consulta - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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A maioria dos pais se sente insegura com relação ao futuro dessas criaças - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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A microcefalia normalmente é associada a sequelas no desenvolvimento da criança - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Nesta quinta (12) foram registrados dez atendimentos, de crianças com a condição - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Os médicos ainda não têm certeza do que está provocando o aumento no número de casos - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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A cabeleireira Silvana Nascimento concordou falar da condição de seu neto, que nasceu há quatro dias - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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"Viemos para saber como será o tratamento. Agora é luta, é entregar nas mãos de Deus", diz Silvana - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Mas a maioria dos pais prefere o anonimato - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Os efeitos da microcefalia variam de caso a caso, mas geralmente são nas áreas cognitiva e motora - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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As crianças vão precisar de acompanhamento multidisciplinar, com fonoaudiólogo e fisioterapeuta - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Movimento no ambulatório do HUOC aumentou com as notificações de microcefalia - Foto: Edmar Melo/JC Imagem

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