EPIDEMIA

Após 2ª morte por chicungunha, PCR promete reforçar ações para identificar doença

Segunda vítima tinha 57 anos e morava em Água Fria. Paciente deu entrada no HR em 8 de janeiro e faleceu no dia 30 do mesmo mês

Marcela Balbino
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Marcela Balbino
Publicado em 19/03/2016 às 15:47
Foto: Ricardo Labastier/JC Imagem
Segunda vítima tinha 57 anos e morava em Água Fria. Paciente deu entrada no HR em 8 de janeiro e faleceu no dia 30 do mesmo mês - FOTO: Foto: Ricardo Labastier/JC Imagem
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Somente no mês de março, duas mortes foram confirmadas por causa da chicungunha no Recife. O último boletim epidemiológico da secretaria executiva de Vigilância à Saúde, divulgado anteontem, revelou que a vítima era uma mulher de 57 anos e o óbito foi registrado no dia 30 de janeiro. No dia 8 de março, a Prefeitura do Recife confirmou a primeira morte relacionada à arbovirose. No primeiro caso, a paciente tinha 88 anos e faleceu no dia 21 de fevereiro, em um hospital particular. Diante do dado, que acende sinal de alerta, o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, afirmou que haverá esta semana reforço no treinamento com as equipes de saúde para ajudar na identificação da doença.

“Procuramos fazer uma capacitação com toda a equipe de saúde começando com equipe de saúde de família, mas também nas policlínicas que atendem urgência e emergência para poder entender melhor esses casos. A gente começou a capacitação há algum tempo, mas a partir do dia 23 temos agenda específica de treinamento focado no atendimento emergencial e no cuidado também com a dor crônica, sintoma de chicungunha”, explicou.

“A Prefeitura definiu um protocolo com aquisição emergencial de medicamentos para reforçar o atendimento e para que possamos dar mais atenção a esses pacientes”, acrescentou.

“Será seguido um protocolo desenvolvido pela própria secretaria. O quadro clínico, no início, ainda não é claro, então é preciso investigar”, destacou a secretária-executiva de Vigilância à Saúde, Cristiane Penaforte.

Segundo  Penaforte, a segunda vítima de chicungunha morava no bairro de Água Fria, Zona Norte do Recife, e havia dado entrada no hospital em 8 de janeiro. Ela faleceu no Hospital da Restauração.

“O exame de dengue deu negativo, mas o de chicungunha positivo”, disse. A idade da vítima foge um pouco ao perfil dos pacientes acometidos pela doença, que geralmente atinge crianças muito novas ou idosos. No Recife, a média é 74 anos e, em sua grande maioria, os pacientes têm histórico de doenças graves, como diabetes ou artrite reumatoide. 

“A combinação da idade com essas comorbidades (doenças associadas) pode fazer com que elas fiquem mais suscetíveis a formas graves da chicungunha”, explicou Correa.

Na primeira morte associada à arbovirose, a família da vítima afirmou inicialmente que ela não tinha histórico de doenças, mas após investigações identificou-se que ela tinha diabetes.

BOLETIM - Conforme a Secretaria de Vigilância à Saúde, até a 9ª Semana Epidemológica de 2016, foram notificados 24 óbitos suspeitos de arboviroses, sendo cinco descartados para dengue, dois confirmados para chicungunha e os demais continuam em processo de investigação. Para o mesmo período de 2015, foram notificados dois óbitos suspeitos de dengue.


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