Saúde

Hipertensão: dormir mal serve de alerta

Quem apresenta apneia do sono tem predisposição a ter pressão alta. Noites bem dormidas ajudam a controlar o problema

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 25/04/2016 às 21:04
Diego Nigro/JC Imagem
Quem apresenta apneia do sono tem predisposição a ter pressão alta. Noites bem dormidas ajudam a controlar o problema - FOTO: Diego Nigro/JC Imagem
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Noites mal dormidas podem abrir portas para uma série de prejuízos para a saúde e ainda causar mais transtornos para as pessoas que têm pressão alta. Por isso, no Dia Nacional de Combate à Hipertensão (26 de abril), as boas noites de sono despontam na lista dos hábitos que devem ser valorizados para controle dos picos de pressão. “Os médicos precisam questionar se os pacientes dormem bem. Quem apresenta apneia do sono (distúrbio caracterizado pela obstrução parcial ou total das vias áreas que causa paradas repetidas e temporárias da respiração enquanto se dorme) tem predisposição a se tornar hipertenso”, diz o cardiologista Silvio Paffer, diretor médico do Centro Médico Ermírio de Moraes (CMEM), referência no acompanhamento de pacientes com hipertensão no Recife. 

O cardiologista chama atenção para outro detalhe: de 40% a 50% das pessoas com hipertensão de difícil controle (aquelas que usam mais de três medicamentos e, ainda assim, não controlam a pressão arterial), sofrem de apneia do sono. A boa notícia é que, controlado o distúrbio, os pacientes também passam a responder ao tratamento para a hipertensão. Nessas condições, recomenda-se o uso de um equipamento chamado de CPAP (sigla em inglês para pressão positiva contínua nas vias aéreas), que fornece um fluxo de ar enquanto se dorme. “O aparelho é indicado para os graus de apneia moderados e severos. Para os quadros leves, sugerem -se a perda de peso e até o uso de placa intraoral”, explica Silvio. 

O diagnóstico da apneia do sono pode ser confirmado ou descartado durante a polissonografia – exame que avalia a qualidade do sono e investiga possíveis distúrbios relacionados a noites mal dormidas. “No momento da apneia, a quantidade de oxigênio que circula no organismo cai bastante e favorece a liberação de substâncias proinflamatórias. Trata-se de um distúrbio do sono que pode ser comparado a uma situação de estresse agudo, que eleva a frequência cardíaca e, consequentemente, a pressão arterial. Por isso, merece atenção”, esclarece Silvio. 

O cardiologista alerta para outras atitudes que podem ser adotadas para evitar as consequências da hipertensão, que favorece a ocorrência de acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio. “Atividade física e dieta devem fazer parte do tratamento. Tomar só as medicações e esquecer as outras medidas é a mesma coisa do que enxugar gelo”, alerta. 

ATIVIDADES NO RECIFE

Todas essas orientações serão transmitidas, nesta terça-feira (26), durante atividades realizadas, a partir das 6h30, no Parque 13 de Maio, em Santo Amaro, área central do Recife. O público pode participar de um aulão conduzido pela equipe da Academia da Cidade e, a partir das 7h, será possível aferir pressão arterial e fazer teste de glicemia, além de receber orientações nutricionais. O evento é uma parceria entre o CMEM, a Sociedade Pernambucana de Cardiologia e o Real Hospital Português. No Brasil, estima-se que, a cada 10 adultos jovens, três têm hipertensão. “E a partir da 7ª década de vida, 70% das pessoas convivem com o problema, que ainda acomete 5% das crianças”, conclui Silvio. 

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