Saúde

Bebês com microcefalia passam a ter disfagia

Ao constatar essa nova condição clínica nas crianças com a malformação, rede de assistência em Pernambuco vai capacitar profissionais para o atendimento

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 21/06/2016 às 8:47
Diego Nigro/JC Imagem
Ao constatar essa nova condição clínica nas crianças com a malformação, rede de assistência em Pernambuco vai capacitar profissionais para o atendimento - FOTO: Diego Nigro/JC Imagem
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A ampliação da rede de assistência voltada para microcefalia ganha uma nova meta a partir de agora: capacitar profissionais para atender bebês com a malformação e/ou zika congênita que têm apresentado complicações gastrointestinais. “Agora percebemos mais casos de crianças com disfagia (dificuldade de deglutição com risco de broncoaspiração), que não deglutem bem e que têm engasgos frequentes. Então, precisamos ampliar a rede para atender essas novas demandas e fazer uma abordagem diferenciada”, diz a secretária-executiva de Atenção à Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Cristina Mota. 

Dessa maneira, ela reforça que o atendimento nos serviços deve ir além dos problemas neurológicos mais associadas à microcefalia, como convulsões e irritabilidade. “Vamos ter que adaptar a rede para melhor acompanhar esses bebês. Em situações de disfagia, por exemplo, é fundamental a reabilitação com fonoterapeutas, ao lado da equipe multidisciplinar como um todo”, acrescenta Cristina.

MENOS CASOS 

Após a realização de seis mutirões focados na agilização dos diagnósticos de microcefalia, o Estado de Pernambuco passa a ter 76,2% dos casos suspeitos da malformação concluídos (366 são casos confirmados e outros 1.159 descartados). Permanecem 474 bebês no grupo dos que permanecem sem diagnóstico conclusivo – eles representam 23,7% do total de casos suspeitos notificados desde outubro do ano passado. “O foco das nossas ações passa a ser nas cidades onde moram esses bebês. Boa parte deles ainda está sem diagnóstico concluído porque foi atendida em uma unidade de saúde e não retornou para consulta. Em muitos desses casos, os pais relatam observar crescimento e desenvolvimento normal da criança e não voltam aos serviços. Mas toda criança notificada deve ser revista por um especialista”, acrescenta Cristina. A SES ainda avalia se será necessário criar mais mutirões para agilizar o diagnóstico desses bebês. 

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