Saúde

Pernambuco pretende descentralizar atendimento de saúde para o público LGBT

Meta do Estado, até 2019, é criar uma rede de assistência para pessoas transexuais e travestis

Da editoria de Cidades
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Publicado em 29/06/2016 às 8:26
Gustavo Belarmino/Portal NE10
Meta do Estado, até 2019, é criar uma rede de assistência para pessoas transexuais e travestis - FOTO: Gustavo Belarmino/Portal NE10
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Com o compromisso de facilitar o acesso a serviços de saúde para transexuais e travestis em Pernambuco, como também derrubar o preconceito que perdura durante os atendimentos, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) lançou, ontem, no Dia Internacional do Orgulho LGBT, uma campanha para ampliar o acesso à testagem rápida de HIV para essa população. Além disso, foi anunciada a meta de, até 2019, criar uma rede de assistência para as pessoas transexuais no Estado. “Quem desejar atendimento ambulatorial não precisará necessariamente ir ao Hospital das Clínicas da UFPE (referência no atendimento a esse público). No serviço que queremos implementar, será possível se cuidar sem sair de Petrolina para vir ao Recife, por exemplo”, diz o coordenador de Saúde Integral da População LGBT da SES, Jair Brandão. A secretaria ainda planeja como será estruturada a descentralização desse atendimento. 

Para pactuar com os municípios ações voltadas para a população LGBT ao longo deste primeiro ano de implementação da política de atenção à saúde voltada a esse público, representantes da SES já percorreram cidades do interior, como Petrolina, Salgueiro e Serra Talhada, no Sertão e Caruaru, no Agreste. “Além disso, realizamos oficinas com servidores da secretaria para mostrar como deve ser o acolhimento nos serviços de saúde.” 

A ação lançada ontem vem de uma parceria com a organização não governamental (ONG) internacional Aids Healthcare Foundation (AHF) e conta com cartazes e vídeos que serão distribuídos nas unidades de saúde. “A campanha chega não só para a testagem de HIV, mas para marcar a luta por uma saúde integral para população LGBT”, ressalta Jair.

A iniciativa ainda tem o apoio de ONGs locais, como Gestos, Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco (Amotrans), Instituto Brasileiro de Transmasculinidade (Ibrat) e Nova Associação de Travestis, Transexuais e Transformistas de Pernambuco (Natrape). “Queremos reforçar que a proteção e a testagem devem ser feitas pelas pessoas sexualmente ativas, independentemente da orientação sexual ou da identidade de gênero”, salienta a diretora da AHF Brasil, Cristina Raposo.

A estudante de psicologia Fabianna Melo Oliveira, 37 anos, acredita que a campanha ajuda a derrubar o estigma que cerca a população trans. “Por muito tempo, a Saúde não olhou para os travestis e transexuais. A partir do momento em que temos visibilidade, a situação melhora porque podemos procurar o SUS e ver que os serviços estão dispostos a nos receber respeitando a nossa identidade”, diz Fabianna, que passou pela cirurgia de mudança de sexo há 12 anos, na Espanha.

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