RETA FINAL

Tome cuidado com os exageros de final de ano

Confraternizações e festejos são um convite aos excessos. Médico dá dicas de como evitar ressaca e se cuidar nesse início de verão

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Publicado em 31/12/2017 às 6:00
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Confraternizações e festejos são um convite aos excessos. Médico dá dicas de como evitar “ressaca” e se cuidar nesse início de verão - FOTO: Thiago Lucas/JC
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Dezembro é o mês em que dieta nenhuma vinga. Todo mundo abre uma exceção para a noite de Natal e para o Réveillon, e é comum que esses dias venham acompanhados de excessos: comida demais, álcool demais, festas demais e, por consequência, sono de menos. Boa parte dos atendimentos nas urgências médicas é associada aos exageros das comemorações do fim de ano, segundo doutor George Trigueiro, diretor do hospital Albert Sabin, na área central do Recife. O momento é de festa, mas exige atenção para não se descuidar.

 “Primeira coisa que a pessoa deve fazer antes de beber é se alimentar em grande quantidade para haver proteção gástrica e aumento de glicose. Também deve se hidratar. A pessoa não percebe, mas o álcool é altamente diurético. Ela começa a urinar e vai perdendo sais minerais, sódio, potássio, e não repõe. O cérebro começa a ter aquela dificuldade da desidratação, por isso que vem a dor de cabeça”, detalha o médico.

Quem não resiste às delícias de fim de ano e acaba exagerando, tem que se cuidar no dia seguinte. “O que tem que fazer é tomar bastante líquido, repousar, reidratar. E repouso, esperar que o álcool vá embora, normalmente ele é eliminado completamente entre 12 e 24 horas depois”, garante.

George Trigueiro ainda faz um alerta: muitos remédios que prometem evitar a ressaca podem até piorar a situação. “Infelizmente não existem medicamentos que você toma um antes e outro depois de beber para evitar a ressaca. Isso é muito perigoso. Pode agredir a mucosa gástrica, dar sangramentos e até hemorragias relacionadas”, afirma. A melhor saída é tomar analgésicos comuns caso sinta dor, mas apenas se necessário.

Além de todo o mal estar que vem com a “ressaca”, é nesse momento que o corpo baixa sua resistência e fica mais susceptível a certas doenças. George observa também que resfriados, conjuntivites, otites, infecções respiratórias e intestinais são visivelmente mais comuns nessa época do ano. “Quando a pessoa está com a resistência baixa pelos exageros e noites insones, a imunidade da pessoa cai. Um vírus que normalmente não lhe causaria nada pode levar a um processo infeccioso”, explica.

Como esse período é de férias e folgas, muita gente vai ao cinema, shopping, teatro, praia, inclusive as crianças. Tudo isso ajuda a proliferação de doenças. “As bactérias e os vírus são transmitidos através do contato das mãos, através da tosse, espirro, o que se agrava em locais de aglomeração. Já a otite vem com a água do mar que entra no ouvido, água da piscina", enumera.

VERÃO CHEGOU

Outro exagero muito comum nessa época do ano é o sol. Tanto calor é um convite à praia mais próxima ou à piscina mais gelada. Mas deixar o protetor de lado, não se preocupar em ficar na sombra de vez em quando e esquecer-se de beber água podem dar prejuízo.

Hoje em dia, a estudante de medicina veterinária Carolina Campos, de 25 anos, só vai à praia antes das 8h da manhã depois do “trauma” de uma insolação. “Fui pescar em mar aberto com a família, não passei protetor solar. Enjoei bastante no barco porque tenho labirintite e entrei no mar porque falaram que melhorava. Voltei para o barco e deitei pra dormir diretamente no sol porque, ao dormir, eu esquecia o enjoo. Eu estava cheia de sal na pele e fiquei exposta ao sol por umas seis horas direto. Quando voltei para casa eu já não aguentava nem encostar na pele; usar roupa doía, respirar doía, fazer qualquer coisa era horrível. Fiquei dias com dor de cabeça, enxaqueca forte, enjoo. Febre também. Foi um inferno”, relata a jovem.

Insolação é justamente isso: todo o mal estar causado no corpo devido a longas exposições ao sol intenso ou calor. Pode ser resultado de apenas algumas horas sob o sol. O corpo fica desidratado e as reações mais comuns são as mesmas descritas por Carolina. O corpo pode apresentar queimaduras de primeiro e segundo graus. “Desidrata mesmo, e desidrata tanto que a pessoa pode até chegar a perder a consciência”, explica doutor George.

 “O tratamento é hidratação. A pessoa tem que realmente respeitar aquele horário recomendado, que é até as 10h e depois das 14h. Tem que colocar protetor solar. Mesmo o tempo nublado, tem que usar chapéu, guarda-chuva. Água, água, água...”, ensina.

As mesmas recomendações, se usadas em longo prazo, também servem para evitar o câncer de pele.

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