Uma nova ala específica para atender casos de gravidez de alto risco foi entregue ontem no Hospital da Mulher do Recife (HMR) Dra. Maria Mercês Pontes Cunha, no bairro do Curado, Zona Oeste do Recife. Na ocasião, foram apresentados o banco de leite e 68 novos leitos distribuídos em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) para bebês e para mães, Unidades de Cuidados Intermediários (UCIs) e enfermaria de alto risco. O prefeito do Recife, Geraldo Julio, também anunciou a entrega de outros espaços destinados à saúde em toda a capital. O início dos atendimentos no setor do HMR está previsto para janeiro de 2019.
Agora, a unidade se torna apta a prestar o serviço de acolhimento de casos de alta complexidade, antes ou depois do parto. O intuito é haja redução do índice de mortalidade infantil e materna. De acordo com Isabela Coutinho, diretora do HMR, o novo espaço ampliará o número de atendimentos contribuirá para a sua humanização. “Nossa rede pública de saúde precisa desses leitos para desafogar os outros hospitais e maternidades. Pernambuco precisa deste serviço e nós também, para assim oferecer à mulher um atendimento melhor, mais digno e humano”, diz.
A ala de alto risco está pronta, é ampla e os equipamentos já estão sendo testados. “Está tudo pronto e equipado, agora o hospital só precisa de preparo para nos próximos meses a gente ver isso aqui funcionando”, pontua o prefeito. Segundo Geraldo Julio, a inauguração dos leitos representa uma ação na contramão do cenário nacional. “No Brasil todo, a gente tá vendo maternidades do serviço público fecharem as portas. A gente está indo no sentido contrário.” Para realizar os novos serviços, serão contratados 312 novos funcionários de diversas áreas. A previsão é que o novo setor comece a funcionar em janeiro.
Pernambuco realiza aproximadamente 140 mil partos por ano. Desse total, 107 mil acontecem em unidades da rede pública. Segundo o secretário estadual de saúde, Iran Costa, os nascimentos em hospitais públicos deveriam seguir critérios de acordo com o grau de complexidade da gravidez, mas isso não tem acontecido. “Na confecção natural do Sistema Único de Saúde (SUS), partos de alto risco ficariam com as secretarias estaduais e os de baixo risco com as secretarias municipais. Mas isso não acontece. Hoje, a Secretaria de Saúde do Estado faz em torno de 69 mil partos, quando deveria estar fazendo uma média de apenas 20 mil”, ressalta. Para ele, essa situação acontece pelo alto índice de maternidades municipais sendo fechadas.
AMPLIAÇÃO
Para o próximo trimestre, foram prometidas outras entregas e incrementos. “Vamos ampliar em 30% o Mãe Coruja no Recife e temos ações de reforço na segurança e a entrega de novos centros. Ainda vamos ter a entrega das Upinhas, no Alto do Pascoal e em Jardim São Paulo, e a requalificação de outras duas, em Brasília Teimosa e em Casa Amarela”, conta o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia.
Os espaços Mãe Coruja serão inaugurados na Upinha ACS Maria Rita, no Córrego do Euclides; na Upinha Emocy Krause, na Torre; e na Unidade de Saúde da Família Bernard Van Leer, em Brasília Teimosa. Também será realizado um novo concurso público, com 98 vagas para diversas áreas de saúde. A previsão é que o edital seja divulgado em janeiro de 2019.
Também serão inaugurados o Serviço de Assistência a Pessoas com HIV/Aids; uma Central de Logística e Assistência Farmacêutica (CLAF) para o controle e estoque de medicamentos e vacinas; e um novo Centro de Emergência de Mosquitos Estéreis do Recife (CEMER), que atuará no combate aos mosquitos que causam arboviroses. Por fim, serão abertas as Rondas da Saúde, serviço que garante a segurança das unidades de saúde. Para todas essas ações, foram investidos R$ 5,7 milhões.