Ao atingir os sete anos implementação, a Operação Lei Seca se firma como política de saúde pública em Pernambuco e comprova que é possível ir além de uma simples operação de trânsito, pois a estratégia se sustenta como um trabalho de enfrentamento aos acidentes de trânsito capaz de salvar vidas. Depois de ter registrado, em 2018, o menor índice de infrações por alcoolemia da história (0,97%), a Lei Seca abraça agora o desafio de conscientizar o público infantojuvenil sobre os riscos da mistura que pode ser fatal: álcool e direção. “Um trabalho educativo é capaz de fazer com que crianças e adolescentes atuem como multiplicadores no papel de lembrar aos pais sobre a importância de não dirigir ao beber”, salienta o coordenador da Operação Lei Seca em Pernambuco, Fábio Bagetti.
Ele destaca que quatro equipes educativas, compostas por pessoas com deficiência, cadeirantes ou muletantes, e dois auxiliares, que ajudam na entrega de panfletos e folders educativos, realizam atualmente ações em bares e pontos de aglomeração, como forma de evitar que os motoristas dirijam após o consumo de álcool. “Mas também são feitas intervenções em escolas públicas e privadas, praias e parques para orientar sobre a importância da mudança de comportamento dos condutores sobre o hábito de beber e dirigir.”
O depoimento de Bagetti reforça o compromisso que a Operação Lei Seca tem de conscientizar (também) as futuras gerações de motoristas – uma estratégia que pode acrescentar à fiscalização um cunho de grande alcance social. Ao se comunicar com uma faixa etária que, em breve, entra nas estatísticas de condutores, a Lei Seca fortalece a função que tem de garantir que o comportamento dos pernambucanos diante da direção seja, cada vez, mais consciente num trânsito mais seguro.
Queda
Durante todo o ano passado, mais de 440 mil pessoas foram paradas nas blitzes em Pernambuco – aumento de 75,6% na comparação com 2012, quando foram 251 mil abordagens. Por outro lado, as notificações por alcoolemia (condição em que se constata consumo de bebida alcoólica, crimes de trânsito ou recusa ao teste do bafômetro) caíram pela metade no Estado, com 4,3 mil no ano passado (944 constatações do uso de álcool, 105 crimes e 3,2 mil recusas ao teste do bafômetro), contra mais de 8,6 mil em 2012.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES), que comanda as fiscalizações desde dezembro de 2011, alerta que motoristas e condutores devem ficar atentos às blitzes neste período de verão, férias escolares e prévias carnavalescas, quando a movimentação para o litoral e interior do Estado é mais intensa. Pontos estão sendo reforçados e montados diariamente nas principais vias pelos nove grupos de fiscalização. No Carnaval, a previsão é ter um aumento de 20% nas equipes da Lei Seca.