Saúde

Gripe: Recife confirma nove casos do vírus influenza B

Todos os nove casos foram registrados em crianças de 6 meses a 9 anos. Sete casos são leves; outros dois exigiram internamento dos pacientes

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 10/04/2019 às 11:24
DIEGO NIGRO/ACERVO JC IMAGEM
Sintomas conjugados, que podem estar associados à covid-19, considerados pelo IBGE, são três: perda de cheiro ou sabor; febre, tosse e dificuldade de respirar; febre, tosse e dor no peito - FOTO: DIEGO NIGRO/ACERVO JC IMAGEM
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Até o último dia 30 de março, a capital pernambucana registrou a confirmação de nove casos de gripe relacionados à infecção pelo vírus influenza B. Todos foram registrados em crianças de 6 meses a 9 anos. Do total, sete casos são de síndrome gripal (como são chamados os casos leves de gripe e outras doenças respiratórias) e dois são da síndrome respiratória aguda grave (Srag). A condição, provocada por vírus da gripe e outros agentes (como vírus e bactérias), exige internamento dos pacientes com febre, tosse ou dor de garganta associado a desconforto respiratório. Somando os casos positivos de síndrome gripal e Srag, a faixa etária de 6 meses a 4 anos concentrou a maior proporção de casos, com 66,7%. Os outros 33,3% compreendem crianças de 5 a 9 anos.

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Os casos positivos de influenza, segundo a Secretaria de Saúde do Recife, encontram-se distribuídos em quase todos os distritos sanitários da cidade. Em relação ao bairro de residência dos pacientes, o Ibura, na Zona Sul, mostrou maior concentração, com três dos nove casos confirmados.

As informações estão no boletim epidemiológico de influenza da Sesau, divulgado na terça-feira (9). 

O aumento dos casos de Srag na cidade deixa o município em alerta, mas o cenário ainda não é considerado como epidemia, segundo o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, que lançou a campanha de vacinação contra gripe, na manhã desta quarta-feira (10), na Upinha Alto do Pascoal, Zona Norte da cidade. A imunização anual é a maneira eficaz de prevenir a doença, especialmente em pessoas com maior risco de agravamento causado pela infecção. Nesta primeira etapa da mobilização, que vai até o próximo dia 18, a prioridade é vacinar crianças de 6 meses a 5 anos, além das gestantes. A partir do dia 22 deste mês e até 31 de maio, a imunização estará disponível também para os demais públicos-alvo. O ideal é não deixar para a última hora.

Neste ano, até o dia 30 de março, a capital acumulou 4.961 casos de síndrome gripal nas unidades sentinelas, além de 304 internações por Srag – um número quatro vezes maior do que no mesmo período de 2018, que chegou a 73 casos de agravamento. Até o momento, não foram notificados óbitos por Srag.

Influenza B

O influenza B faz parte da composição da vacina ofertada durante a campanha. É um vírus comumente associado a uma menor virulência (capacidade de produzir efeitos graves ou fatais). “Essa é uma percepção vale para adultos. No caso das crianças, a tendência é o influenza B ter um comportamento diferente e possibilitar maior risco de complicações”, diz o presidente da Sociedade de Pediatria de Pernambuco (Sopepe), Eduardo Jorge da Fonseca Lima, integrante do Comitê de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria.

O médico faz um apelo para que o grupo prioritário da campanha não adie a ida aos postos de saúde. “Quanto mais cedo as pessoas se vacinarem, temos chance maior de ter uma cobertura efetiva e de forma mais rápida. Sabe-se que, quando se chega a 70% do público-alvo imunizado, começa o processo de diminuição da circulação dos vírus”, explica Eduardo Jorge. Ou seja, quanto mais gente vacinada, maior a barreira de proteção. No caso da gripe, para segurança, é fundamental vacinar, pelo menos, 90% do público-alvo. Com a maioria desse grupo imunizado, é possível conter a circulação dos vírus.

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