Atualizada às 11h40
A madrugada foi de susto para pacientes e profissionais que trabalham no Hospital Getúlio Vargas, no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife. Por volta das 23h dessa quinta-feira (29), as pessoas que estavam na unidade de saúde ouviram um estalo na edificação. Uma equipe estava realizando uma cirurgia neurológica quando piso da sala de cirurgia tremeu e houve o barulho. Ao término do procedimento, os pacientes do centro cirúrgico e da recuperação foram transferidos para outros setores. A Defesa Civil foi acionada e interditou parte do prédio.
De acordo com funcionários, que não quiseram se identificar, é possível ver diversas rachaduras dentro do hospital. Na área que foi interditada, inclusive, existem rachaduras e buracos no teto. Ainda durante a madrugada, equipes do Corpo de Bombeiros estiveram na unidade. Sobre o caso, o órgão enviou uma nota informando que foi acionado por volta da 1h20 e que foram identificadas rachaduras no prédio. Três blocos foram isolados e foi feita a evacuação dos pacientes. "Não houve vítimas provenientes dessa atuação, nem tumultos durante os procedimentos. A CODECIPE realizou vistorias e no local e, após análise, interditou apenas o 3º bloco da unidade", diz a nota.
Por causa da interdição feita pela Defesa Civil, cirurgias tiveram que ser canceladas. Dos quatro andares do hospital, dois estão interditados. Os pacientes foram transferidos do centro cirúrgico e da sala de recuperação para os setores de trauma e para a enfermaria. Ainda segundo profissionais, os leitos de UTI estão lotados e os problemas na estrutura do prédio vêm acontecendo há bastante tempo.
Segundo SES, prédio vem sendo monitorado
A Secretaria de Saúde do Estado (SES) também se pronunciou sobre o caso. O órgão declarou que o prédio do Hospital Getúlio Vargas vem sendo monitorado por uma empresa de engenharia, que divulga laudos periódicos sobre a situação da estrutura do imóvel e que, até o momento, a edificação não apresentou nenhum risco de desabamento. A SES explicou que a interdição é preventiva e que uma nova vistoria será feita na manhã desta sexta-feira (29). Veja a íntegra da nota enviada pelo órgão:
A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informa que a emergência, enfermarias e a maior parte do bloco cirúrgico e do ambulatório do Hospital Getúlio Vargas (HGV) estão funcionando normalmente. Após funcionários e pacientes relatarem ouvir um estalo no prédio, a Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe) realizou, na manhã desta sexta-feira (29/11), uma vistoria na unidade de saúde. Após detalhada avaliação por parte da equipe de engenharia constatou-se que não há quaisquer indícios de risco eminente na estrutura e, como forma de prevenção, o órgão isolou preventivamente o Bloco G3 do HGV, setor que engloba apenas 4, das 14 salas do Bloco Cirúrgico, o setor de laboratório da unidade e 8 consultórios dos 28, do ambulatório da unidade.
Além do isolamento preventivo e provisório, a equipe de Engenharia da Defesa Civil do Estado recomendou o escoramento dos pilares existentes entre a junta de dilatação do bloco G3 e o reforço na estrutura do pilar que já se encontrava escorado. Serviços que serão realizados pela Secretaria Estadual de Saúde a partir da próxima segunda-feira.
Para minimizar os transtornos aos pacientes, acompanhantes e funcionários, a direção do HGV já está realizando o remanejamento do laboratório para novo local. Além disso, as cerca de sete cirurgias eletivas diárias, que são realizadas nas 4 salas isoladas, serão remanejadas para as salas em funcionamento. Já nos consultórios ambulatoriais interditados, que realizam uma média de 2,2 mil atendimentos por mês, as consultas serão reagendadas para outras áreas do hospital. Todas as consultas e cirurgias eletivas não realizadas nesta sexta-feira serão remarcadas.
Por fim, a Secretaria Estadual de Saúde esclarece que monitora permanentemente, por meio de contrato com empresa de engenharia, a estrutura do prédio do HGV e todos os laudos apresentados, até o momento, atestam a segurança da estrutura para funcionários, pacientes e acompanhantes na unidade de saúde.