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Mutirão de transplante de córnea vai dar 'nova visão' a pernambucanos

Atualmente, o Estado tem 188 pacientes esperando pelo procedimento para enxergar melhor

JC Online
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Publicado em 26/12/2019 às 10:03
Foto: Sérgio Bernardo/Acervo JC Imagem
Atualmente, o Estado tem 188 pacientes esperando pelo procedimento para enxergar melhor - FOTO: Foto: Sérgio Bernardo/Acervo JC Imagem
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Cerca de 30 pessoas poderão começar 2020 com uma nova visão. Isso porque a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) e o Serviço Oftalmológico de Pernambuco (Seope) realizam nestas quinta-feira (26) e sexta-feira (27) um mutirão de transplante de córnea em Pernambuco. Já foram realizados em Pernambuco 720 transplantes de córnea em 2019. Desde 1995, ano de criação da CT-PE, já se somam mais de 12,4 mil transplantados de córnea.

Atualmente, o Estado tem 200 pacientes esperando pelo procedimento para enxergar melhor. "O número de pessoas em espera pode parecer alto, mas sabemos que continuamos tendo estrutura e o tecido para atender a todos em um curto período de tempo", afirma a coordenadora da CT-PE, Noemy Gomes.

Córnea zero

Em 2019, Pernambuco manteve o status de córnea zero, sustentado desde 2017. Apesar das 200 pessoas esperando pelo transplante de córnea no Estado, o status significa que todo paciente que tem indicação para o procedimento e os exames necessários para ser inscrito na fila de espera faz a cirurgia em até 30 dias. As informações foram divulgadas pela CT-PE, que já realizou mais de 22 mil procedimentos.

Saiba como doar

Além da doação de órgãos e tecidos após o falecimento, também é possível se tornar um doador ainda em vida e ajudar a reduzir a lista de 1.448 pacientes que ainda sonham com um transplante em Pernambuco. O gesto de solidariedade pode ser prestado com parte do rim ou medula óssea e, ocasionalmente, com parte do fígado ou do pulmão para um de seus familiares.

Para doadores não parentes, há necessidade de autorização judicial, aprovação da Comissão de Ética do hospital transplantador e da CNCDO (Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos – INCA), assim como de comunicação ao Ministério Público.

A maior fila de espera é a de rim, com 1.087 pessoas, seguida de córnea (188), fígado (113), medula óssea (29), coração (17) e rim/pâncreas (14).

Medula óssea

Para doar a medula óssea, a pessoa interessada em doar deve ir ao Hemope para fazer seu cadastro e coleta de uma amostra de sangue, para a realização dos exames de compatibilidade. Assim, é possível ajudar alguém de qualquer lugar do Brasil e do mundo.

Em Pernambuco, o cadastro do doador de medula é feito nas unidades do Hemope do Recife, Caruaru, Garanhuns, Serra Talhada, Arcoverde, Ouricuri e Petrolina. Para ser um doador, o interessado, que deve ter entre 18 e 55 anos, participa de uma palestra sobre o assunto e assina um termo de consentimento, além de preencher uma ficha com informações pessoais.

Avise à família

No Brasil, para ser doador de órgãos e tecidos, não é necessário deixar nada escrito. Basta avisar a família. É ela quem autoriza a ação.

Após a morte

Pessoas de todas as idades e históricos médicos podem ser consideradas potenciais doadoras. Sua condição médica no momento da morte determinará quais órgãos e tecidos poderão ser doados.

O paciente internado em unidade de terapia intensiva (UTI) com morte encefálica, em geral causada por traumatismo craniano (TCE) ou derrame cerebral (AVC) é um potencial doador. A retirada dos órgãos e tecidos é realizada no centro cirúrgico do hospital e segue toda a rotina das grandes cirurgias. A retirada de córnea pode ser realizada até seis horas após a parada cardíaca.

Rins, coração, pulmões, fígado, pâncreas e também tecidos, como córneas, pele e ossos são alguns dos órgãos que podem ser doados após o falecimento.

2019

Só neste ano, entre janeiro e outubro, 1.378 pessoas tiveram a chance de um recomeço em Pernambuco. Desse total, foram 647 transplantes de córnea, 324 de rim, 210 de medula óssea, 133 de fígado e 39 de coração.

Vidas Compartilhadas

Todos temos histórias emocionantes para contar. Algumas revelam como a dor da morte pode se transformar em solidariedade e levar esperança para um recomeço. Na reportagem especial Vidas Compartilhadas, o JC apresenta o mundo da doação e dos transplantes de órgãos pelas vozes de pessoas que ensinam, mesmo diante das adversidades, a recomeçar a vida quantas vezes for preciso.

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