A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) atualizou, nesta sexta-feira (29), o número de casos de agulhadas registrados no Carnaval 2020 em Pernambuco. Entre os dias 15 e 27 de fevereiro, foram 215 pessoas (125 do sexo feminino e 90 masculino) que alegaram terem sido furadas por agulhas durante as festas nas cidades do Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Igarassu, Paulista e Orobó.
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Após triagem no Hospital Correia Picanço, localizado na na Tamarineira, Zona Norte do Recife, e referência estadual em doenças infecto-contagiosas, 183 pacientes realizaram a profilaxia pós-exposição (PeP) para prevenir a infecção pelo HIV e outras infecções. Os demais, ou se recusaram a fazer o teste rápido (pré-requisito para o uso da medicação), e, consequentemente, o tratamento, ou já tinham passado da janela de 72 horas preconizadas para início da medicação. Todos foram liberados após avaliação médica, com a orientação de retorno após 30 dias para conclusão do tratamento.
Os pacientes também foram orientados a realizarem o monitoramento permanente de possíveis infecções no próprio Correia Picanço ou nos Serviços de Atenção Especializada (SAE), espalhados por vários municípios de Pernambuco.
Índices de transmissão
Os índices de transmissão por meio de picadas com agulhas infectadas são considerados baixos, em média apenas 0,3%. Todos os pacientes também receberam a indicação de procurarem os órgãos policiais para investigação das ocorrências.
Em 2019, cerca de 300 pessoas deram entrada no Hospital Correia Picanço alegando terem sido furadas por seringas durante os festejos de Momo. Não houve casos positivos relacionados a este evento.
Investigação da Polícia Civil sobre as agulhadas
A Polícia Civil de Pernambuco informou que registrou, do sábado até a Quarta-feira de Cinzas (26), 78 boletins de ocorrência com denúncias de pessoas relatando terem sido atingidas por algum tipo de objeto perfurocortante. Foram 53 boletins de ocorrência referente a casos em Olinda e 25 a ocorrências no Recife. Entre os casos registrados está o de um homem que informou ter sido lesionado na cidade de Aracaju, no estado de Sergipe. Inquéritos foram instaurados e os casos estão sendo investigados
Uma parte dos denunciantes relatou a exposição, neste Carnaval, a outras formas de risco de contração do HIV e outra não soube descrever com precisão as circunstâncias e o momento em que foram tocadas pelo objeto pontiagudo.
As denúncias foram registradas no posto de atendimento 24h que a PCPE instalou no Hospital Correia Picanço. A unidade contou com equipes formadas por delegados, escrivães, agentes e peritos papiloscopistas.