VISITANTES

Peça argentina reflete sobre impossibilidade de ser feliz

Em duas tramas que se entrelaçam, Tercer cuerpo toca na fragilidade e solidão do ser humano

Isabelle Barros
Cadastrado por
Isabelle Barros
Publicado em 16/01/2012 às 6:01
Leitura:

“Como fazem os outros?”. É assim que a personagem Mônica, da peça argentina Tercer Cuerpo, resume o mal-estar causado pelo peso de uma vida solitária, na qual o amor parece impossível. Essa falta de jeito em alcançar a felicidade – ou pelo menos a impressão de felicidade que a vida alheia parece dar – é compartilhada por todos os cinco personagens da montagem, uma das atrações de sábado e ontem no Teatro Barreto Júnior, dentro do festival Janeiro de Grandes Espetáculos.

A peça trabalha com duas tramas, a princípio, muito distintas, mas que no fim vão se entrelaçar de maneira imprevisível. Tercer Cuerpo é uma repartição pública, esquecida pelo governo, a julgar pelo telefone que não funciona e pela velha máquina Olivetti em cena. É lá que Sandra (Melisa Hermida), Hector (José Maria Marcos) e Moni (Daniela Pal) trabalham – ou deveriam trabalhar, porque o trio jamais é mostrado em alguma atividade produtiva. Os laços entre eles giram em torno de superficialidades com doses variadas de ironia ou desgosto: alguém esquece uma chave no escritório, pinta o cabelo ou pede comida. Tom bem diferente é dado à outra história, do casal Manuel (Hernan Gristein) e Sofia (Magdalena Grondona), cujo relacionamento se esfacela aos olhos do público saindo da chantagem emocional para chegar às raias da violência.

A matéria completa está no Caderno C desta segunda-feira (16/1), no Jornal do Commercio.

Últimas notícias