Estreia

Magiluth celebra Nelson Rodirgues com espetáculo

Depois de estrear no Rio de Janeiro, grupo recifense apresenta no Santa Isabel sua versão de "Viúva, porém honesta".

Mateus Araújo
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Mateus Araújo
Publicado em 19/08/2012 às 6:25
Mariana Ruse / Divulgação
Depois de estrear no Rio de Janeiro, grupo recifense apresenta no Santa Isabel sua versão de "Viúva, porém honesta". - FOTO: Mariana Ruse / Divulgação
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Não se iluda: a pompa do Santa Isabel, os ternos e as gravatas que compõem o figurino da primeira cena são apenas ilusão e mais uma provocação do Magiluth. O grupo está pronto para desconstruir e reconstruir (no melhor dos sentidos) a obra de Nelson Rodrigues a partir de um olhar próprio e da pura experimentação de linguagem. Neste domingo (19), às 17h, eles voltam ao Recife depois de dois meses entre São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro, para apresentar a tão esperada versão de Viúva, porém honesta, que marca a abertura do evento literário A Letra e a Voz.

“Todas as falas usadas em cena são do próprio Nelson, estão todas no texto original. Só vamos falar com o nosso jeito”, adianta Pedro Vilela, diretor da montagem. O convite para o grupo participar do festival surgiu através da Prefeitura do Recife, no início do ano. A ideia a princípio era encenar A vida como ela é, mas os rapazes preferiram a dramaturgia e fugiram da tragédia rodriguiana. “Viúva tem uma essência de farsa, que provoca quem assiste, no sentido de brincar com o real e o falso, o ator e o não ator. E isso tem muito a ver com a cara do Magiluth, por isso escolhemos esse texto.”

O enredo é sobre o Dr. J.B. de Albuquerque Guimarães, um poderoso diretor de jornal, que tenta convencer sua filha a deixar o luto após a morte do marido e voltar a ter uma vida normal. Já que não consegue, o homem vai atrás de ajuda e contrata uma ex-prostituta, um psicanalista e um otorrinolaringologista para dissuadi-la da ideia e voltar a querer se casar. Tudo em vão. O único jeito de a moça deixar de ser viúva é ressuscitar o marido. Aí entra em cena o diabo para conseguir a proeza.

A versão do Magiluth para Viúva, porém honesta foi montada em São Paulo, enquanto o grupo participava da mostra Nova cena nordestina. Com edital aprovado na Funarte, em abril, durante dois meses na cidade, os rapazes criaram a peça, em um processo que contou com ensaios abertos acompanhados de parceiros de outras companhias nacionais. “Tivemos o mesmo tempo que Nelson teve para preparar o texto: cerca de dois meses”, lembra Vilela. “Geralmente passávamos nove meses para montar nossos espetáculos.”

Leia a matéria completa no Caderno C deste domingo (19).

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