Abandono

Prefeitura do Recife se posiciona quanto às críticas dos artistas

Secretária de cultura e presidente da Fundação de Cultura assumem os problemas da gestão passada e se comprometem em trabalhar para resolvê-los..

Mateus Araújo
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Mateus Araújo
Publicado em 26/08/2012 às 6:30
Ricardo B. Labastier/JC Imagem
FOTO: Ricardo B. Labastier/JC Imagem
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Dinheiro parece não faltar na atual gestão da Prefeitura da Cidade do Recife. O orçamento da Secretaria de Cultura só faz aumentar: empenhou, em 2009, segundo dados da PCR, cerca de R$ 58,5 milhões; em 2010, foram R$ 72,6 milhões; no ano passado, o valor ultrapassou os R$ 81 milhões. Para 2012, até agora, foram destinados R$ 79,5 milhões à cultura. Mas pouco deve ter ido para manutenção dos equipamentos.

Há oito meses na gestão da Secretaria de Cultura do Recife e da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, a atriz e produtora Simone Figueiredo e o ator e diretor André Brasileiro, respectivamente, têm assumido os bônus e ônus da responsabilidade de gerir a cultura municipal. Ele têm o conhecimento das reclamações da classe artística pernambucana quanto à situação dos equipamentos de artes cênicas locais. Ambos reconheceram os problemas e se comprometeram em trabalhar para resolver o máximo de pendências possíveis, levando em consideração o pouco tempo que terão até o final da gestão.



“Temos ciência desta situação. Desde quando assumimos esta gestão, o Teatro do Parque já estava fechado. Agora, vamos finalizar os projetos complementares e licitar, para que quando ele for completar 100 anos, em 2015, esteja em total funcionamento”, garante André Brasileiro, que afirma que o equipamento deve reabrir no próximo ano. Segundo Simone Figueiredo, no dia 27 de julho deste ano, o Parque foi aprovado como Imóvel Especial de Preservação, o que vai facilitar na captação de verbas junto do Governo Federal e iniciativas privadas.

Quanto ao Apolo-Hermilo, os gestores garantem que a compra de lâmpadas e refletores está sendo providenciada. “Já climatizamos os camarins, providenciando trocas dos estofados das poltronas, e fizemos uma parceria com uma empresa de tintas para pintar as fachadas”, acrescenta Simone. O Apolo teve o projetor de cinema trocado, após problemas técnicos, e volta a funcionar na primeira semana de setembro.

No Barreto Júnior, onde praticamente não há sinalização, segundo Brasileiro, as fachadas também estão sendo trabalhadas, e lá serão incluídos painéis luminosos e uma iluminação especial.

Apesar das declarações da secretaria, a situação das artes cênicas do Recife, no entanto, continua sendo debatida entre a classe. No próximo dia 1º, por exemplo, a Cia. de Teatro Omoióis, o diretor Manoel Constantino e o produtor Jean Carlos realizam o primeiro Encontro do Birô de Articulação Organizado (Baco). O objetivo é reunir artistas, técnicos e produtores de teatro e dança para, politicamente organizados, cobrar ações concretas de fortalecimento da cadeia produtiva das artes cênicas em Pernambuco e no Recife. “Não queremos mais promessas, queremos ação”, disse Manoelzinho.

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Teatro Hermilo Borba Filho, no Recife, está sem iluminação cênica. - Ricardo B. Labastier/JC Imagem
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Cadeiras do Teatro Hermilo Borba Filho, no Recife, estão com os estofados rasgados. - Ricardo B. Labastier/JC Imagem
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Artistas reclamam de abandono dos teatros do Recife. Na imagem, o Hermilo Borba Filho. - Ricardo B. Labastier/JC Imagem
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Artistas reclamam de abandono dos teatros do Recife. Na imagem, camarim do Hermilo Borba Filho. - Ricardo B. Labastier/JC Imagem
Marcos Pastich/JC Imagem
Fachada do Teatro Barreto Júnior está pichada. Falta sinalização. - Marcos Pastich/JC Imagem
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Fachada do Teatro Apolo, no Recife, está com rachaduras e pintura desbotada. Falta sinalização. - Priscila Buhr/JC Imagem
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Parada de ônibus prejudica a entrada do Teatro Hemilo Borba Filho, no Recife. - Priscila Buhr/JC Imagem
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Falta sinalização no Teatro Hermilo Borba Filho. - Priscila Buhr/JC Imagem
Priscila Buhr/JC Imagem
Teatro do Parque, no Recife, está fechado há quase dois anos. - Priscila Buhr/JC Imagem
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Teatro do Parque, no Recife, está fechado há quase dois anos. - Priscila Buhr/JC Imagem

 

Leia matéria completa no Jornal do Commercio deste domingo (26).

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