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Cia. Antonio Nóbrega de Dança estreia em São Paulo

Grupo dirigido pelo artista pernambucano apresenta o espetáculo Humus

Eugênia Bezerra
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Eugênia Bezerra
Publicado em 16/05/2013 às 6:00
Silvia Machado/Divulgação
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No espetáculo Naturalmente - Teoria e jogo de uma dança brasileira, apresentado no Recife em 2010, Antonio Nóbrega convidava o público a um mergulho: "no universo de um tipo de dança que comecei a afeiçoar-me ali por volta dos 18 anos, quando, no Recife, convidado por Ariano Suassuna para integrar o Quinteto Armorial, tomei conhecimento dos artistas populares", como o próprio pernambucano afirma em um texto sobre a obra.

Em seu novo projeto, Nóbrega continua o trabalho com as danças populares brasileiras, que desenvolve ao longo da carreira, multiplicando-o na companhia de um grupo de bailarinos. A trajetória da Cia. Antonio Nóbrega de Dança nos palcos começa com o espetáculo Humus, que estreia com quatro apresentações, de sexta-feira a domingo (17 a 19/5), no Auditório Ibirapuera. Também na capital paulista, estes são os últimos dias para visitar a Ocupação Antonio Nóbrega, exposição sobre a carreira dele que está no Itaú Cultural desde abril.

"À medida em que meu envolvimento com a dança foi se aprofundado, comecei a sentir necessidade de trabalhar com um grupo mais numeroso de bailarinos. Comecei a experimentar a dança comigo mesmo, em meus espetáculos, e depois em cooperação com a minha mulher e minha filha. Em Naturalmente, tinha mais músico no palco do que bailarinos. Eram oito músicos e três dançarinos. A partir deste espetáculo, pensei em tornar realidade a ideia de criar um grupo mais numeroso. Ganhei um edital, arregacei as mangas e fui ao trabalho", lembra Nóbrega.

O grupo é formado por 13 bailarinos, com origens e formações artísticas diferentes. "O trabalho com eles se dividiu em dois grandes momentos, um deles é a aquisição de linguagem. Assimilação que se deu a partir de aulas comigo e com outros bailarinos e coreógrafos, encontros e oficinas com artistas populares ou que estão de alguma maneira ligados com a cultura popular. Tivemos a presença de Paulinho, do Caboclinho Sete Flexas, por exemplo. Ao lado dessas matérias brasileiras, digamos assim, eles tiveram aulas de dança clássica, acrobacia, música, canto...", continua.

Os artistas também assistiram a um conjunto de palestras e participaram de encontros sobre questões ligadas à dança, como alimentação, fisiologia do corpo e a própria história da dança. "Passamos um ano e meio trabalhando, foi quase um concentrado relacionado à formação do pensamento do dançarino brasileiro. Isto foi na parte da aquisição de linguagem, só na segunda parte fizemos a composição coreográfica", completa o diretor da companhia.

A coreografia de Humus é dividida em três momentos - Semeando, Fertilizando e Florescendo. No primeiro deles, os bailarinos também tocam e cantam. "Fabulei o seguinte: no primeiro momento, os dançarinos se encontram com estas matrizes. Como eles vestem os passos do caboclinho, o jeitão do frevo? É um primeiro submergir neste universo. No segundo, a partir desta imersão, eles começam a brincar com estes passos, saltos, gingados. No terceiro momento, há o sentido de criar algo a partir da intimidade com estes materiais".

"Foi uma experiência muito rica, muito singular. É o primeiro espetáculo que idealizo e não estou no palco. Só isso trouxe uma novidade para mim. Mas foi um desafio em todos os sentidos. Não me sinto, a rigor, um coreógrafo. Tenho ideias de coreografias, mas não me eduquei como coreógrafo, estou me experimentando como coreógrafo agora. E também tem o trabalho como diretor de uma companhia, que me trouxe novos expedientes de atuação, pensamento, reflexão. De agora em diante, tenho um material grande tanto para refletir sobre o que fizemos, quanto para pensar uma nova empreitada", afirma Nóbrega.

O texto completo está no Caderno C desta quinta-feira (16/5), no Jornal do Commercio.

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