Temporada

Paulo Gustavo em dose dupla

Com lotação praticamente esgotada, humorista traz Minha é uma peça e Hiperativo para o teatro da UFPE

Bruno Albertim
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Bruno Albertim
Publicado em 13/09/2013 às 7:53
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Com lotação praticamente esgotada, humorista traz Minha é uma peça e Hiperativo para o teatro da UFPE - FOTO: NE10
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Sim, você conhece Paulo Gustavo. Um dos sujeitos que vem fazendo da arte do riso o rock’n’roll da juventude nessa segunda década dos anos 2000 no Brasil, o ator chega ao Recife embalado pelos mais de 4,5 milhões de espectadores do filme Minha mãe é uma peça. E em dose dupla: no Teatro da UFPE, apresenta, sábado (14), o espetáculo que deu origem ao filme e, no domingo, o monólogo Hiperativo.
   
Naturalmente, o sucesso do filme embala a sobrevida comercial dos espetáculos. Com sete anos de estrada, Minha mãe...,a peça, já foi vista por mais de 7 milhões de espectadores. “Enquanto tiver interesse, a gente vai apresentando”, diz, por telefone, do Rio.
   
Se o filme, a despeito do grande êxito de bilheteria, tem fragilidades de roteiro e montagem, com o excesso mal costurado de esquetes comprometendo o ritmo final, o espetáculo traz Paulo Gustavo num de seus grandes momentos. Com ele, o intérprete, hoje com 34 anos, ganhou uma indicação ao Shell.
   
Timming preciso, Gustavo faz desfilar as neuroses arquetípicas de uma mãe de meia idade às voltas com a filha gorducha e o filho gay, naturalmente superprotegidos.
   
O espetáculo é inspirado na própria mãe de Gustavo. “Mas não é uma autobiografia. Pego a personalidade da minha mãe para criar a personagem”, diz ele. A direção da peça é do onipresente (no teatro carioca) João Fonseca. Com a procura grande, a peça terá duas sessões amanhã na sala da UFPE.
   
Em Hiperativo, o ator roteiriza a comicidade das próprias neuroses. Investe na crônica dos costumes da pós-modernidade, com noitadas, buscas, caças, competições, erros, etc.
   
Grande franquia que é de si mesmo, Paulo Gustavo já tem novos projetos derivados de seu próprio universo criativo. Ano que vem deve reunir as personagens femininas do programa 220 Voltz, do canal pago Multishow, e costurá-las num novo espetáculo de teatro. Vai fazer também a óbvia e globofilminiana continuação cinematográfica de Minha mãe é uma peça.
   
O ator discorda que seu trabalho se filie ao que vem sendo chamado de novo humor carioca. “Carioca? Eu falar do meu próprio humor é complicado, mas acho que se meu humor fosse carioca, não faria as pessoas de todo o Brasil rirem. Se você for no Recife ou no Espírito Santo, encontra uma mulata divertida ou uma madame no Pelourinho”.

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