
O ator Emílio Orciollo Netto está em cartaz no Recife, neste final de semana, com o monólogo Também queria te dizer, no qual ele dá voz a seis personagens masculinos que desabafam sobre a vida e as angústias através de cartas. A peça é apresentada neste sábado (08) e domingo (09), às 20h, no Teatro Eva Herz.
Com texto adaptado a partir de trechos do livro Tudo que eu queria te dizer, da escritora gaúcha Martha Medeiros, a montagem com direção de Victor Garcia Peralta é o primeiro monólogo encenado por Emílio, possibilitando ao global retratar, em primeira pessoa, experiências e descobertas da vida humana.
“Embora seja um monólogo, talvez seja uma das peças que eu mais me sinta acompanhado. O público é o meu confidente, dos personagens os quais eu interpreto. São seis homens diferentes, seis desabafos, seis situações diferentes. Homens que não puderam esperar mais e disseram tudo que queriam dizer através das cartas”, diz o ator.
“Imagina tudo o que você tem para dizer para seu chefe, seu amigo, sua amante. É uma peça sensível”, conta Emílio que, após estrear o trabalho em 2012, agora circula pelo Brasil. “Já fizemos 125 apresentações, em quase dois anos com o espetáculo. Por onde a gente passa, o público é bem receptivo.” Fã de Chico Science e do cinema pernambucanos (“adoro Lírio Ferreira e Claudio Assis”), o artista se diz feliz por se apresentar por aqui.
Além de ser um espetáculo introspectivo, Tudo que eu queria te dizer resgata um costume já quase instinto numa sociedade curvada à era digital: a escrita das cartas. “Esse é um grande resgate. Escrever uma carta é um ato muito corajoso, heroico”, afirma Emílio Orciollo Netto.
“Esse é um resgate interessante a que Marta Medeiros se propõe. Sou fã dela, que fala com simplicidade do cotidiano. É impossível o público não se identificar com essas cartas. É um trabalho de observação do ser humano”, afirma o intérprete que, após a apresentação, bate papo com a plateia para discutir o processo construtivo da montagem.