Teatro do Parque

"A cultura é prioridade na gestão", diz prefeito Geraldo Julio

Prefeito do Recife assinou ordem de início de obras do equipamento fechado há quatro anos

Mateus Araújo
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Mateus Araújo
Publicado em 03/12/2014 às 6:01
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O prefeito e o vice-prefeito do Recife, Geraldo Julio e Luciano Siqueira, e a secretária de Cultura Leda Alves assinaram ontem a ordem de serviço de reforma do Cine-Teatro do Parque, fechado há quatro anos. As obras já começam neste mês. Essa parece ser mais uma cena da ópera – haja vista a duração em que se estende e a dramaticidade – que a cidade vive sobre o destino de um dos seus mais conhecidos e bonitos espaços públicos. Uma cena positiva, pelo visto, que dá um pontapé na obra de retomada do teatro. O prazo de reabertura é de dois anos. Ou seja: o Parque estará fechado, possivelmente, na data de seu centenário, a ser completado em 24 de agosto do próximo ano.

Serão necessários R$ 8,2 milhões para a reforma, sendo a maior parte desta verba, segundo a prefeitura, advinda de remanejamentos internos do orçamento municipal e de parcerias com a iniciativa privada. Isso porque, na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2015, anunciada recentemente, a pasta de Cultura só terá para o setor de reforma e manutenção de equipamentos R$ 1,3 milhão. Entre os pontos críticos que serão atendidos pela obra estão toda a modernização do maquinário cênico e de projeção, a climatização e, com destaque, a requalificação do belíssimo jardim do Parque. 

O serviço será executado pela Concrepoxi Engenharia Ltda., ganhadora do edital de licitação – a mesma responsável pelas construções do Cais do Sertão e do Parque Dona Lindu e pelo restauro do Palácio do Campo das Princesas e da Estação Central. A obra está sob responsabilidade do Gabinete de Projetos Especiais e contou com um estudo prévio do Centro de Estudos Avançados de Conservação Integrada (Ceci), que gerou o Plano de Gestão da Conservação do Teatro do Parque. A iniciativa assegura que a intervenção preserve características originais do equipamento.

Ao lado da secretária de Cultura, Leda Alves para a assinatura da ordem de serviço do Teatro do Parque, o prefeito Geraldo Julio defendeu a gestão municipal de Cultura, afirmando que a pasta é uma das prioridades da sua gestão. Confira a entrevista:

JC – Com o Teatro Parque em obras, como ficam agora os outros equipamentos mantidos pela Prefeitura do Recife, a exemplo do Museu de Arte Moderna Aluisio Magalhães (Mamam)?

GERALDO JULIO – Não é possível fazer tudo de uma vez. Nós gostaríamos de reformar todos e entregar todos de uma vez só a população. Para fazer isso, você precisa articular a captação de recursos, viabilizar a parte de financiamento. Agora, nós temos um avanço: primeiro essa obra aqui que é uma obra marcante para a cidade. Uma demanda muito forte, não só do setor artístico, mas para todo cidadão recifense, não é? E o outro é a criação de uma área de manutenção e estrutura na Fundação de Cultura. (...) Então, agora a gente inicia um novo momento, aonde a própria Fundação de Cultura vai ter uma área voltada para essa manutenção.

JC – O orçamento da secretaria de Cultura caiu 16% e o de Turismo aumento 9,57%. A política cultural da Prefeitura do Recife é pautada pelo turismo?

GERALDO – Não. Esse pensamento seu é engano. Na realidade, a cultura tem recebido forte investimento na nossa gestão.

JC – Mas caiu o investimento...

GERALDO – Não, não. Se você for comparar com anos atrás, aumentou muito.

JC – Eram R$ 78,9 milhões e ficaram, agora, R$ 59,7 milhões...

GERALDO – Se você comparar com os anos anteriores, você vai ver que nós investimos muito mais em cultura do que a cidade vinha investindo. Agora, o orçamento não é uma peça rígida. É uma peça que durante o ano você vai fazendo remanejamento. (...) A cultura é prioridade na gestão. Ponto. Você pode pescar alguma coisa e dizer que não é. Mas eu quero dizer que é a prioridade da gestão. (...) Não dá pra fazer tudo de uma vez só. Não existe dinheiro disponível para isso. Não só na cultura, mas em tudo na cidade.

JC – Mas não se pode se pautar apenas pelo que vai ser remanejado, mas a partir do que foi divulgado pela PCR. Se com R$ 78,9 milhões, o Festival Recife do Teatro Nacional e o Festival de Dança vão virar bienal, como será daqui pra frente, com um orçamento menor?

GERALDO – Vai ficar ainda melhor. Nós vamos fechar essa discussão com a classe. Fazemos tudo com muito diálogo, mas temos certeza que vamos fazer aquilo que for melhor para o Recife e para a cultura do Recife. 

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