Clássica

Após 100 anos, ópera pernambucana 'Leonor' está em cartaz

Espetáculo vai até domingo (31), no Teatro Santa Isabel

JC Online
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Publicado em 29/03/2019 às 20:52
Foto: Peu Ricardo/Divulgação
Espetáculo vai até domingo (31), no Teatro Santa Isabel - FOTO: Foto: Peu Ricardo/Divulgação
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Pernambuco compõe ópera? Sim! Ao menos desde o século XIX. Leonor é a primeira ópera composta por um pernambucano, Euclides Fonseca, cujo material permanece disponível. Ela só foi exibida uma vez, em 7 de Setembro de 1883, sendo reapresentada em sua concepção original, mais de 100 anos depois, em espetáculo que está em cartaz no Teatro de Santa Isabel desde a última quinta-feira (28) e fica até o próximo domingo (31).

O projeto vem sanar esse histórico descaso quanto à obra e o autor, resgatando uma ópera de cunho nacionalista e ambientada na Ilha de Itamaracá, à época da ocupação holandesa em Pernambuco.

Leonor, com vibrante tom nacionalista, foi composta na segunda metade do século XIX pelo insigne pernambucano Euclides de Aquino Fonseca (1853-1929): destacado defensor da memória e valores de sua terra natal; pianista; compositor; crítico e educador, atuou como cronista nos jornais Diario de Pernambuco e Jornal do Recife, além de ter sido correspondente de importantes revistas da Europa, onde redigia críticas sobre música contemporânea.

Apesar disso, é ainda relegado ao esquecimento, pois o autor jaz como um ilustre desconhecido, até mesmo para pernambucanos afortunados culturalmente acima da média.

Inspirada em mais uma esquecida relíquia da cultura popular pernambucana, A Lenda das Mangas de Jasmim (do século XVII), Leonor (Jéssica Soares/Natalina Chikushi) narra o infortúnio de uma mulher nobre e rica que, jovem, apaixona-se por um simplório, sendo correspondida. Ele pede a mão da moça em casamento, o pai dela recusa devido às modestas condições do pretendente.

A ópera possui um único ato, com duração aproximada de 1h e é composta para três cantores solistas – soprano/mezzo-soprano (Leonor), tenor (D. Antônio - Diel Rodrigues/Lucas Melo) e barítono (D. Nuno [Anderson Rodrigues/Tiago Costa] – irmão de Leonor), um coro de vozes mistas - que representam a vizinhança local, pescadores e senhoras da Ilha de Itamaracá - e uma orquestra de formação sinfônica. A regência, direção cênica e musical é de Wendell Kettle.

SERVIÇO

Leonor
Local: Teatro de Santa Isabel
Data/Horário: 30/3 (sábado), às 20h, e 31/3 (domingo), às 19h.
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), à venda no local.

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