O Grupo Eranos Círculo de Arte (SC), chega ao Recife sexta-feira (18), pela primeira vez, para montar o espetáculo #Mergulho, na Caixa Cultural. O trabalho é resultado de uma pesquisa intensa com crianças, público-alvo dos artistas, e propõe uma experiência imersiva, com interações entre a cena e a plateia.
Voltado para o público na primeira infância, de 1 a 6 anos, o trabalho foi pensado não apenas para, mas a partir das crianças nesta faixa etária. Para construir a dramaturgia, o coletivo fez uma pesquisa intensa com os pequenos em escolas de Itajaí.
“Sandra Coelho, que é atriz do espetáculo, também é psicóloga, ela que conduziu a pesquisa, através de uma técnica chamada imaginação ativa, na qual a gente tinha como objetivo coletar imagens do imaginário infantil em relação ao tema do fundo do mar.
Fizemos uma série de atividades com elas e a partir dos resultados delas a gente montou a dramaturgia do espetáculo. Dizemos que a dramaturgia de #Mergulho foi feita das crianças para as crianças”, explica Leandro Maman, que divide a cena com Sandra.
O espetáculo acompanha dois indivíduos de lugares opostos: ele vive na terra e ela, no mar. Com a ajuda da plateia, eles buscam se encontrar. Esse universo poético é fomentado por uma projeção digital em constante relação com o elenco e a plateia, além da trilha sonora de Hedra Rockenbach. A direção é assinada por Max Reinert.
INTIMISTA
De caráter intimista, cada apresentação só comportará uma plateia de 60 pessoas para que o público possa se aproximar da cena.
“Quando se faz teatro para a primeira infância, a limitação de plateia acaba sendo um fator bem importante do trabalho, justamente por trazer uma experiência mais próxima do público e mais sensorial. Só esse fato já acaba indo na contramão de um teatro mais comercial”, conta.
Com uma pesquisa voltada para o teatro para a infância desde 2014, o coletivo entende seus trabalhos, também, como uma forma de estímulo à criatividade das crianças, que são ativas no processo.
“A gente entende que o teatro para bebês e para a primeira infância tem uma importância muito grande e é um movimento novo, que começa a entender o ser humano enquanto um ser que já vem carregado de conteúdo desde que é bebê. A gente acredita que as crianças, mesmo bebês, são capazes de ter essa experiência estética”, reforça.