Recentemente lançado, o livro Imaginário, do fotografo publicitário paulista Rafael Costa (Beï Editora), é um trabalho que reinterpreta a fotopintura. Sem precisar definir seu trabalho artístico entre a pintura e a fotografia, o autor demonstra ter muito conhecimento dos processos químicos e reúne o resultado de anos de pesquisa e experimentação no catálogo.
No texto de apresentação escrito por Ferreira Gullar, ele considera que o cinema e a fotografia são as únicas artes tecnológicas que deram certo. “A fotografia surgiu como a possibilidade de fixar a imagem real. A pintura a imita; a fotografia a registra tal como ela é. E foi graças a isso que a fotografia mudou o rumo da pintura. O nascimento da fotografia coincide, por isso mesmo, com o surgimento do impressionismo, início da revolução moderna que pôs fim ao realismo pictórico. Retratar a realidade passou a ser função da fotografia, não mais da pintura”, explica o autor.
No entanto, o processo de fotopintura no Nordeste remete a uma tradição, que tem início na procura das famílias por profissionais que pudessem juntar em fotografias as imagens de pessoas que muitas vezes nunca estiveram juntas. Algo que remete todos nós aos períodos de forte migração. No Fotopintura Contemporânea, prosposta por Luiz Santos e que vem sendo realizada com maestria pelo Mestre Julio, a ideia passa também por resgatar a importância dos fotógrafos, que eram esquecidos no processo tradicional, e da relação entre os artistas e o retratado.
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