Em 2011, as mudanças na Fundação Joaquim Nabuco deixaram preocupados os frequentadores, funcionários e pesquisadores que utilizam o acervo da instituição. Por um lado, ainda é muito difícil de entender qual caminho estará tomando o Ministério da Educação, após a saída de pessoas fundamentais no processo de valorização que a Fundaj viveu nos últimos anos. Em outra perspectiva, duas das mais importantes profissionais deste processo, que ganhou corpo em 2003, com a ida de Isabela Cribari para a Diretoria de Cultura, demonstram que mesmo fora do órgão federal podem continuar contribuindo decisivamente para a cultura brasileira com seus projetos mais recentes.
Uma certeza podemos ter ao conversar com a curadora Cristiana Tejo, a liberdade que a saída dela possibilitou está contribuindo para que ela foque seus esforços em projetos intelectuais. Apesar de considerar importante o investimento público na cultura, ela deixou o “espaço de conforto” do emprego estatal, continua seu elogiadíssimo trabalho de curadoria após o sucesso do Panorama do Museu de Arte Moderna de São Paulo, ensina em uma faculdade particular, está abrindo com nove alunos da graduação da AESO um espaço de residência artística no Centro do Recife e foi aprovada na semana passada para o Doutorado na UFPE, onde seu projeto pretende fortalecer o campo de pesquisa da Sociologia da Arte no Estado.
Psicóloga e concursada do Governo do Estado, Isabela Cribari foi convidada para iniciar no Hospital Barão de Lucena um laboratório para discutir e implementar ações culturais nas instituições de saúde. Ela levou o projeto para o secretário de Cultura, Fernando Duarte, e já pensa em realizar um seminário nacional sobre arte e saúde no segundo semestre de 2012. Por enquanto, o piloto conta com culturoteca, cineclube e recebeu apresentações teatrais durante a realização do Festival Internacional de Teatro de Objetos.
Mais informações e o perfil das duas profissionais no JC deste domingo.