São sessenta anos de atividade artística, 84 de vida e a aposentadoria está fora dos planos. De frente para a máquina fotográfica, Marianne Peretti retira a escova de cabelo e se arruma para ser “captada”. A artista esbanja vitalidade e simpatia.
“Quando Marianne me contou a história de como concebeu o vitral da catedral (de Brasília), fiquei impressionada. Uma mulher sozinha levou a cabo a realização do edifício. Uma coisa esgotando, um trabalho de titã. É único no mundo. Posso confirmar”, diz Veronique David, relembrando o um ano e meio de trabalho árduo orquestrado por Marianne na sua obra mais conhecida.
Hoje, a artista sofre com a visível escoliose, presente dos anos em que subia e descia do topo do ginásio de Brasília. Foi no local, que tinha o perímetro equivalente ao da catedral, que a artista achou um jeito de projetar, nos mínimos detalhes o que seria o seu maior vitral.
Foi em 1976 que Marianne produziu o primeiro projeto para o arquiteto, um painel escultural em vidro e aço que habita a residência do vice-presidente, no Palácio Jaburu. Anos antes, em 1952, uma jovem Marianne apresentava a sua primeira exposição. Em solo parisiense, a mostra recebeu visitas de peso, como Salvador Dalí e, desde já, atraiu a atenção dos críticos.
Veronique batiza de Estilo Peretti todas as peculiaridades da artista. A lógica do título é a mesma da que se pronuncia a grandes figuras, como o Estilo Matisse ou o Estilo Pierre Soulages.
É um estilo único. Há uma espécie de leveza no traço, que é a grande simplicidade e elegância, mas que, na verdade, esconde muito trabalho Veronique David
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