"Muita gente pensa que sou arquiteta. Eu não sou arquiteta. Se eu fosse, não faria o que faço”. Por quê? “Porque tenho liberdade absoluta, assim é melhor.” O caminho livre ao qual se refere Marianne Peretti possui poucas letras e uma força imensa: arte. Palavra tão curta e certeira quanto a que espelha: alma. Guiada por essas coordenadas, a artista trilhou, ao longo da vida, um percurso de mestra, bem mais intuitivo do que planejado. Essa caminhada artística tem mais de meio século e parte dela – já estava em tempo – pode ser vista na exposição individual Marianne Peretti: 60 anos de arte, com abertura hoje, na Caixa Cultural.
Da França, onde nasceu e viveu até o início da juventude, ela trouxe a base artística e um pouco da técnica dos vitrais, que a consagrou do lado de cá do oceano, seu além-mar. Sob a luz tropical, a franco-pernambucana coloriu o Brasil com obras de cartão postal, que amplificam nosso olhar em relação ao espaço. O País é a grande casa de seus trabalhos, mas seus habitantes pouco os conhecem. Até mesmo os pernambucanos, tão próximos a Marianne, moradora de Olinda há mais de 20 anos. O projeto que marca seus 60 anos de arte vem como um “lembrete”: precisamos descobri-la, não podemos esquecê-la.
Além da exposição, a iniciativa traz a reboque outras realizações igualmente relevantes nesse sentido – um livro e um documentário, ainda sem data de lançamento. A mostra, em especial, marca a volta de Marianne ao circuito artístico, depois de 15 anos sem uma individual no Recife. Nesse tempo, a artista não parou de trabalhar. E assim faz todos os dias até hoje, aos 85 anos. Geralmente, produz esculturas, vitrais e painéis por encomenda, para serem colocados em edifícios.
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