"Como falar de coisas que não existem" é o título definido pela equipe curatorial para a 31ª Bienal de São Paulo (o grupo é formado por Charles Esche, Galit Eilat, Nuria Enguita Mayo, Pablo Lafuente e Oren Sagiv, junto com os curadores associados Benjamin Seroussi e Luiza Proença). A identidade visual desta edição também foi divulgada no blog da Bienal (www.bienal.org.br/blog), junto com um texto sobre o processo de criação de ambos.
"Apesar de se trocar cada vez mais informações no mundo, parece haver uma redução da diversidade dos nossos quadros sociais, tendo como consequência o surgimento de um 'sentido comum' opressor. Vale destacar por exemplo o modelo econômico contemporâneo que não encontra nenhuma resistência; ou a lógica fria da eficiência que ignora a história e a cultura. As coisas que não existem são justamente os aspectos da experiência humana e das nossas emoções que costumam ser encontradas fora da língua. Elas tocam nos limites do nosso entendimento e envolvem questões ligadas ao visível e ao invisível, à coletividade e ao conflito (como fato e como ferramenta), à potência transformadora da arte e da cultura, à capacidade de imaginar outros mundos possíveis", explica-se sobre o título em uma parte do texto.
A imagem do cartaz foi criada pelo artista indiano Prabhakar Pachpute. "O processo para o desenvolvimento da identidade visual começou em setembro de 2013 por uma série de conversas que destacaram os questionamentos seminais dessa Bienal. O diálogo se intensificou por meio da troca e da análise de muitas imagens. Pouco a pouco, uma família de imagens se consolidou: espirais e nós tornaram-se recorrentes, bem como formas orgânicas advindas de sociedades pré-modernas", afirmam os organizadores, que detalham esta escolha em outra parte da publicação: "O desenho final respondeu às ideias da curadoria por meio de uma frágil estrutura no formato de uma torre de Babel carregada por um impossível conjunto de corpos humanos. O movimento deste organismo destaca a necessidade de nos juntarmos para andar em uma mesma, ainda que incerta, direção. A dimensão fantástica dessa figura, que lembra um organismo composto por muitas patas, remete também a um coletivo inventado e à transformação física e espiritual tão importante para a curadoria desta Bienal".