Antes de idealizar a Bienal do Barro do Brasil com a configuração que ela tem agora, Carlos Mélo tinha outros projetos em mente. Um deles era o Desvio, com o qual levaria exposições de arte contemporânea em cartaz no Recife até Caruaru. Com a nova empreitada, ele realiza algo parecido com isso.
"Queríamos homenagear Vitalino na primeira Bienal do Barro. Tive a ideia de trazer esta exposição das fotos de Pierre Verger. Ela veio para o Santander Cultural (na época Instituto Cultural Banco Real), no Recife, e eu fiquei impressionado. Como Caruaru ainda não viu isso? Fizemos uma articulação e conseguimos acordo entre o Sesc e a Fundação Pierre Verger", comenta Carlos sobre a exposição Verger e Vitalino.
"Mostraremos 21 fotos das cerca de 100 que Verger fez de Vitalino. Este material ainda precisa ir completo para lá", continua o artista.
A mostra está em cartaz na Galeria de Artes do Mestre Galdino, no Sesc Caruaru, mesmo espaço onde é exposta a instalação Locs. A obra foi criada pela artista Presciliana Nobre, uma alagoana que mora no Alto do Moura. Mais do que uma simples organização de espaço, há um diálogo sendo proposto com esta junção.
Lado a lado estão apresentados a vida e a obra de um mestre do Alto do Moura, fotografada pelo célebre Verger durante uma viagem dele a Pernambuco em 1947, e a produção de uma artista contemporânea, com as reflexões dela sobre o momento atual deste lugar tão importante para a cultura da cidade.
MÃO DUPLA
Carlos Mélo já planeja ações que façam o caminho inverso, de Caruaru ao Recife, ou que ocorram na cidade-sede da bienal entre as edições. Uma "entressafra" a que ele deu o título de Agreste Telúrico. "Quero fazer uma exposição da pintora Luiza Maciel, uma artista super importante para Caruaru, no Recife. Queria que ela fosse mais conhecida pelo público jovem também. Já comecei a conversar sobre a possibilidade de fazer a exposição na Galeria Janete Costa", planeja Carlos.
Confira o texto sobre a 1ª Bienal do Barro do Brasil no Caderno C deste sábado (12/4), no Jornal do Commercio.
