BERLIM - O idoso alemão Cornelius Gurlitt, detentor de mais de 1.400 obras de arte roubadas, várias delas de judeus durante o nazismo, faleceu nesta terça-feira, anunciou seu porta-voz em um comunicado.
"Cornelius Gurlitt morreu (nesta terça-feira) pela manhã em seu apartamento de Schwabing (Munique), na presença de seu médico e de um enfermeiro", afirma o porta-voz, Stephan Holzinger.
Cornelius Gurlitt, um idoso de 81 anos que vivia isolado em um apartamento de Munique cercado de obras-primas de Chagall e Matisse, se tornou famoso em novembro do ano passado quando a imprensa revelou a existência de seu tesouro. O caso reativou de forma espetacular a polêmica sobre a restituição das obras roubadas pelos nazistas.
"Depois de uma difícil operação do coração e de uma estadia de várias semanas em uma clínica, Gurlitt quis voltar ao seu apartamento de Schwabing", indicou o comunicado.
Em abril, Gurlitt assinou um acordo com o Estado alemão para restituir as obras provenientes da espoliação de judeus aos seus herdeiros legais.
Há dois anos, a justiça havia confiscado de Gurlitt obras que pertenceram ao seu pai, um marchand de passado turbulento sob o regime nazista (1933-45) no âmbito de uma investigação por fraude fiscal.