Grandes painéis do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, selos, pinturas a óleo, peças em cerâmica, motivos para estampas de tecido e cartazes, entre outras criações em dimensões e suportes variados, nasceram pelas mãos do pintor, desenhista e professor Eliseu D'Angelo Visconti (1866-1944), que nasceu em Salerno (Itália) e veio ainda criança para o Brasil. O Instituto Ricardo Brennand recebe, a partir desta terça-feira (27/8), uma exposição formada por peças que simbolizam a variedade da sua produção. Eliseu Visconti - A modernidade antecipada tem vernissage nesta terça-feira (27/8), com um evento para convidados, às 19h30, e está aberta à visitação a partir desta quarta-feira (28/8).
A exposição é organizada de acordo com alguns temas, como explica o neto do artista, Tobias Stourdzé Visconti: "Procuramos escolher obras referentes a cada vertente de Eliseu Visconti. Um dos temas é a família, Visconti é conhecido por ter pintado muito a família. Tem ainda a figura feminina e mostramos também Visconti como um impressionista, como designer", cita ele.
Tobias é curador da mostra junto com Mirian Seraphim e Rafael Cardoso. A obra de Visconti no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, concluída em 1916, também é citada na exposição. "Um dos temas representados na mostra é o decorativo. A gente apresenta uma imagem bastante ampliada do pano de boca (parte que cobre a boca de cena do teatro) e os estudos que ele fez para o Theatro Municipal. É um trabalho bastante bonito. Ele considerava a obra mais importante que ele executou", destaca Tobias.
Outras pinturas mostradas no Recife compõem acervos espalhados pelo Brasil. Três criações fazem parte do acervo do próprio IRB: O modelo (1892), Modelo em pose (1898) e Retrato de Pereira Passos (1912). Logo na entrada da exposição foi colocada uma peça da coleção pessoal de Ricardo Brennand, o autorretrato de Visconti (reproduzido abaixo).
A mostra tem mais de 70 obras e objetos como os cadernos do artista. "Aqui mostramos cerâmicas, alguns cartazes e tecidos, estudos para os selos. O ex-libris (indicador do proprietário do livro) usado até hoje na Biblioteca Nacional foi criado por ele, uma imagem disso será mostrada. Ele fazia esta produção paralelamente à pintura. Desde que início da carreira, ele sempre se interessou por esta parte", aponta o curador.
O texto completo está no Caderno C desta quarta-feira (27/8), no Jornal do Commercio.