Assim que entrar na Galeria Janete Costa nos próximos dias, o visitante vai se deparar com uma dualidade presente na obra do artista Cristiano Artur. De um lado foi colocada a série Acúmulo, formada por colagens com uma profusão de materiais. À direita, estão as peças de Interferências, nos quais o pernambucano se mostra mais conciso nas cores e elementos. Além destes, vários outros aspectos do trabalho de Cristiano se revelam nas várias áreas da galeria do Parque Dona Lindu, onde a exposição Tudo se liga. Siga é inaugurada nesta quarta-feira (26/11), às 19h.
Com a curadoria da jornalista e pesquisadora Olívia Mindêlo, cerca de 100 peças foram escolhidas para compor a mostra individual, a primeira de Cristiano após 20 anos. Até objetos do ateliê do pernambucano deram origem a uma instalação no mezanino da Galeria Janete Costa, onde ele vive uma residência artística durante o período de visitação da individual. "Será um ateliê em mutação. Realizaremos performances aqui e, no último dia, promoveremos uma festa que será como uma releitura do bar Classic Rose's", adianta o artista.
Móveis, pincéis, uma tela sobre o suporte, obras em processo de criação e livros sobre arte são alguns dos itens presentes nesta área, onde também são exibidos trabalhos finalizados e um vídeo dirigido por Alexandre Figueirôa. Compondo a atmosfera, a música ecoa pela galeria. "Sem música, não funciono. Criei uma mixtape com o que escuto no ateliê, músicas de jazz, rock, eletrônico, retrô", contextualiza Cristiano.
Logo na primeira parte do mezanino está a série Blue jeans. Calças, tinta e suportes de eucatex são base para a criação. Uma das calças está nos últimos degraus do acesso ao mezanino. A escada é um dos pontos da galeria que recebe a instalação Desabamento, com rachaduras feitas de papelão.
Como é fácil perceber em Tudo se liga. Siga, Cristiano lida com muitos materiais e técnicas. Ao percorrer os espaços da mostra, o público pode observar como temas ganham abordagens diferentes, elementos reaparecem em novas configurações, um trabalho que inspira o outro. Ou seja, as continuidades e transformações na produção do artista.
O texto completo está no Caderno C desta quarta-feira (26/11), no Jornal do Commercio.
